Sábado, 27 Julho

Boa Vista/ RR – Segundo estimativa do Ministério Público e Polícia Civil, ao menos 100 policiais militares de Roraima são investigados por suspeita de fazerem parte de milícia, trabalhar para garimpeiros, roubar garimpeiros, tortura, sequestro e homicídios.

As investigações por parte do Ministério Público começarem em 2021, quando policiais militares foram presos por suspeitas de assassinarem 12 pessoas, e um soldado morrer durante um roubo de avião numa área de acesso a garimpos ilegais na Terra Yanomami.

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Durante as apurações a Polícia Civil identificou que tinham policiais militares envolvidos em vários outros crimes. Todos os casos são acompanhados pelo Ministério Público.

Há casos em que os policiais faziam segurança armada para garimpeiros, roubavam os próprios patrões e roubavam os invasores concorrentes. Segundo o promotor Antonio Carlos Scheffer, titular da promotoria de Execução Penal, Controle Externo da Atividade Policial e de Crimes Militares.

“Vai desde homicídio, tráfico, garimpo, torturas e até roubos, dentre outros. Mas a gente pode sempre ter em mente que todos eles tem como linha central e principal envolvendo o garimpo nas nossas terras indígenas”, disse Scheffer.

Até agora, não se sabe qual seria a dimensão da atuação dos policiais militares à serviço do crime, o que configura milícia. Mas, as investigações indicam que grande parte tenha relação direta com garimpos ilegais.

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“Aproximadamente são 100 policiais que estão sendo analisados, não só por esta promotoria, mas por outras promotorias, inclusive a de crimes dolosos contra a vida. Dentre os delitos que são praticados por esses investigados nós temos homicídios, tráfico de drogas, organização criminosa e envolvimento com garimpo”, afirmou o promotor.

Mais crimes

Antonio Carlos Scheffer, acredita que a atuação de policiais como seguranças privados de garimpeiros desencadeia outros crimes graves, como o de homicídio e de tráfico.

“Aqui no nosso estado tem uma situação muito complexa. Aqui tornou-se meio que aceito socialmente essa questão do garimpo. isso é um absurdo. O garimpeiro, como eu havia falado antes, ele vai necessitar de um segurança com autorização legal para portar uma arma, que é um policial. Além disso, o que acontece: esse policial se vê imiscuído não apenas naquela atividade de segurança, mas, também envolvido com todas as outras atividades delituosas desse garimpeiro, desde tráfico de drogas até a eliminação de algozes”, afirmou o promotor de justiça.

Nota da Polícia Militar

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