Sábado, 12 Julho

Manaus – Uma mãe que perdeu o filho de apenas dois meses de vida em dezembro do ano passado, entrou na Justiça contra o descaso e negligência médica do Governo do Amazonas e da Secretaria de Saúde do Estado (SES-AM).

O Portal do Alex Braga (PAB), vem acompanhando de perto a luta que essa mãe vem enfrentando desde a perda tão precoce do pequeno Marcos Anthony. O pequeno passou por negligência na avaliação médica no Hospital Joãozinho que sequer realizou exames na criança tratando a questão de saúde de forma negligente e omissa, e limitou-se apenas a receitar que a mãe comprasse um xarope e fizesse lavagem nasal ao bebê.

Mãe procurou ajuda em outro Hospital

Dois dias após a ida ao Hospital Joãozinho, a mãe viu que nada foi de melhoria no bebê procurou ajuda em outra unidade de saúde indo ao Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Sul. No dia a mãe Markelly Ferreira, deu entrada na unidade às 22:08 e informou à nossa equipe que o médico responsável se limitou apenas a receitar a utilização de paracetamol / dipirona e que ela realizasse inalação no menor, dando alta a criança, pois o diagnosticou com síndrome gripal.

Confira a imagem:

Mãe entra na justiça contra Governo do AM após negligência médica

O atendimento não durou 30 minutos, segundo dados do receituário a mãe e o bebê foram liberados às 22:33.

Mãe entra na justiça contra Governo do AM após negligência médica

Neste dia, a mãe e o bebê foram atendidos por médico que nem mesmo possuía especialização em pediatra, segundo informações obtidas pelo Escritório de advocacia.

Fica o questionamento como pode um médico sem especialidade, estar em posição de atendente em um pronto-socorro que atende crianças? Somente a Secretaria de Saúde consegue responder.

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De volta ao Joãozinho

No desespero e tentativa de salvar a vida de Anthony, Markelly Ferreira voltou às 20:40 no Hospital Joãozinho, o bebê segundo as informações já encontrava-se roxo e com falta de ar.

“Fui informada que lá [Hospital Joãozinho] só atendiam “crianças que já estavam morrendo” e o meu filho estava o que? Ele estava todo roxinho”, disse a mãe.

A mãe foi retirada da urgência e encaminhada para o ambulatório da unidade onde fosse atendido por uma pediatra.

Prontuário médico

No retorno para o ambulatório a mãe foi atendida por outro médico o qual diagnosticou o infante com pneumonia não especificada– CID J18.9, encaminhando o bebê para leito para observação.

Prontuário médico

Porém, a mãe foi impedida de acomodar o filho em leito, visto que, os funcionários daquele setor, informavam que o bebê estava com quadro estável, e já havia sido liberado. Mais uma vez, o documento comprova através dos relatos da equipe de enfermagem do Hospital.

Prontuário médico

Após muita insistência, a médica atendente que tanto negava o atendimento da criança na emergência, por ratificar que o quadro clínico do bebê era “estável”, o encaminhou para internação, devido a piora no quadro clínico. Veja:

Prontuário médico

Assim que conseguiu a internação, a mãe percebeu a grave piora do caso clínico da criança e foi realizada nova solicitação de internação hospitalar, devido o diagnostico grave de PNEUMOTÓRAX, onde o bebê precisaria realizar toracotomias e drenagem pleural fechada, em caráter de urgência.

Prontuário médico

A piora do bebê foi tão drástica, que além dos sintomas que ele já apresentava, o bebê começou a apresentar diversos sangramentos e paradas cardíacas, sendo submetido a mais medicações e procedimentos, que não conseguiam mais reverter o quadro clínico da criança.

Prontuário médico

Após tantas idas e vindas, correria por tentar salvar a vida do menor no dia 22 de dezembro de 2024 às 9:25, o bebê após mais uma parada cardíaca, teve a vida ceifada por total negligência dos médicos e enfermeiros.

Prontuário médico

Confira a reportagem a seguir

Mãe entra na justiça contra Governo do AM

Após as inúmeras negligências, falta de atendimento e médico especialista na área infantil a mãe entrou na justiça contra o Estado do Amazonas, a causa que está tramitando na Vara da Fazenda Pública.

A ação indenizatória está sendo avaliada em R$ 300 mil reais. Todavia, nenhum valor será suficiente para tapar o buraco que ficou a mãe após a perda precoce do filho.

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