No Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam), uma criança de 3 anos e a mãe dela, estão esperando há dois meses por um exame de biópsia que pode salvar a vida da criança. Vítima de mal funcionamento intestinal desde o nascimento, a família saiu de Parintins a Manaus em busca de solução, mas foi informada que o Governo Wilson Lima não pago o laboratório e o exame não foi feito.
Em denúncia recebida pela equipe de jornalismo do Portal Alex Braga, a mãe da criança, identificada como Thalia Costa Silva afirma ter buscado atendimento para descobrir o motivo das complicações intestinais da filha Sarah Silva de Souza, de 3 anos, a qual não consegue evacuar normalmente desde o nascimento.
“Minha filha estava há quatro dias sem fazer cocô mesmo com procedimento, e eles não faziam nada, só vinham, olhavam e passavam mais lavagem afirmando que ela está aguardando uma programação de colostomia. E que iam entrar em contato com a médica responsável e nada. Eu vi que ela não estava mais conseguindo respirar com o tamanho da barriga, e pedi ajuda externa. Hoje eles vieram aqui ver ela”, disse a mãe que segue com a filha internada.
Thalia, mãe da Sarah
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O problema levou Thalia e a filha a se deslocarem da cidade de Parintins até a capital amazonense. Segundo a mãe, a criança foi internada no Icam no dia 11 abril deste ano e coletou material para o exame de biópsia três dias depois, no dia 15.
Sem respostas do ICAM
Com o procedimento de coleta feito, elas passaram mais 21 dias em Manaus. Após isso, resolveram retornar ao município de Parintins no dia 10 de maio e esperar o resultado do exame em casa.
Veja os documentos do exame:





Contudo, elas tiveram que voltar às pressas ao Icam, no último dia 7 de junho, por complicações na saúde da criança, entre elas a desnutrição causada pela doença.
Com o retorno à unidade de Saúde do Estado, a mãe da criança descobre que nem mesmo o exame de biópsia tinha sido feito.
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Sem o resultado do exame da biópsia, não é possível a realização de uma cirurgia, a qual a mãe da menina esperava para que pudesse resolver os problemas intestinais da filha.

De acordo com ela, ao questionar sobre a não realização do exame, a equipe da unidade tentou se justificar, afirmando que o procedimento não foi realizado por falta de pagamento do Governo do Estado ao laboratório. Além disso, ela se revolta com a falta de interesse em comunicar sobre a ineficiência da realização dos exames na unidade.
“Ela passando mal e achávamos que ela ia ficar bem com a cirurgia e infelizmente ela não pôde realizar porque não tem resultado da biópsia segundo o laboratório por falta de pagamento por parte do governo, no entanto o hospital não se preocupou em me comunicar para que pudesse fazer algo.” disse a mãe.
Mesmo assim, após dois dias, no dia 9 desse mês, a menina foi internada para tratar de uma distensão abdominal e esperar pela cirurgia de retirada do intestino.
A mãe da menina ainda reclama que desde sua chegada à unidade, a equipe médica deixa esperando um mês, sem prestar informações sobre o caso.
“Depois de passar dias eles dizem que precisam de autorização da médica responsável”.
O problema é que a mãe e a menina não moram na cidade de Manaus, e precisam se deslocar e se sustentar em outra cidade sem recursos, sem casa para ficar. Dependendo somente do serviço público de Saúde do governo do Amazonas.
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Ela conta, que mesmo com o procedimento, a filha não evacuava há 4 dias, e a equipe médica apenas olhava e passava mais lavagem, dizendo que estão aguardando uma programação de colostomia e que entrariam em contato com a médica responsável do caso.
Contudo, até o momento, nada foi feito para resolver o problema. A mãe afirma que no último dia 17 de junho os médicos voltaram a examinar a criança, depois que ela pediu ajuda, porque a menina já estava com dificuldade de respirar por conta do tamanho da barriga, que aumentou por causa do problema no intestino.
Imagens da barriga da criança:


Atualmente a médica responsável entrou de férias e deixou o caso com outra médica, segundo a mãe da menina.
Porém, ela afirma que a médica apareceu apenas duas vezes durante todo o período que ela esteve internada. A outra dificilmente aparece para saber qual o estado de saúde da menina.
Posicionamento
A equipe de jornalismo do Portal Alex Braga tentou contato através de e-mail com a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) e com o próprio Instituto de Saúde da Criança (Icam), para pedir um posicionamento sobre o caso, contudo até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.
