Sábado, 12 Julho

Fundado em 1869, o Colégio Amazonense Dom Pedro II é a escola de ensino médio mais antiga do Amazonas. Um patrimônio tombado, que há mais de um século forma gerações de amazonenses. O prédio, inaugurado em 1886, carrega marcas do tempo, mas, nos últimos anos, essas marcas deixaram de ser parte da história para se transformar em sinais de abandono.

A última grande reforma foi concluída em 2009. Desde então, a escola enfrenta uma série de problemas estruturais: infiltrações, janelas apodrecidas, rachaduras nas paredes, fiação exposta, risco de incêndio e até cupins no porão. 

Ao longo de seus quase 160 anos de história, o colégio foi responsável pela formação de grandes nomes do Amazonas, como Amazonino Mendes, Jefferson Péres, Arthur Neto, Omar Aziz, Gilberto Mestrinho e Tiago de Melo. Lideranças que ajudaram a construir o estado e que um dia sentaram nas mesmas carteiras onde, hoje, estudantes lidam com um cenário de descaso.

Além do descaso com a estrutura do prédio, a falta de manutenção impacta diretamente o dia a dia dos alunos e professores. Banheiros interditados, salas de aula com forros caindo e um ambiente longe do ideal para o aprendizado.

Diante da inércia do poder público, os próprios alunos decidiram agir. Eles estão organizando um abaixo-assinado para pressionar o governo do estado a realizar uma reforma urgente na escola.

O abandono não é novidade. Em 2022, um requerimento foi aprovado na Assembleia Legislativa pelo então Deputado Federal Fausto Junior, que na epoca era Deputado Estadual, pedindo a revitalização do colégio. 

O deputado estadual Wilker Barreto chegou a visitar a escola e cobrou providências, mas, até agora, nenhuma reforma foi anunciada.

Entramos em contato com a Secretaria de Educação para saber se há previsão de reformas ou investimentos para recuperar o colégio. Até o fechamento desta reportagem, não tivemos resposta.

O governador Wilson Lima tem investido na reforma de algumas escolas da rede estadual. Um exemplo é a Escola Estadual Marcantonio Vilaça I, na Cidade Nova, que recebeu uma nova quadra, vestiários e melhorias na estrutura. Mas, enquanto algumas unidades são beneficiadas, o Colégio Amazonense Dom Pedro II segue esquecido.

E o problema na educação do estado não se limita apenas às reformas. Em algumas escolas, alunos estão tendo que se alimentar apenas com bolacha e suco, uma realidade que contrasta com os investimentos anunciados pelo governo.

Enquanto isso, o Colégio Amazonense Dom Pedro II segue resistindo. A escola que já formou grandes nomes do estado agora depende da luta de seus próprios alunos para continuar de pé.