Uma mãe que perdeu o filho de apenas dois meses de vida entrou na Justiça contra o Governo do Amazonas e a Secretaria de Saúde do Estado por negligência médica. O pequeno Marcos Anthony faleceu em dezembro do ano passado após uma série de atendimentos falhos e descaso por parte das unidades de saúde.
Nossa equipe acompanha essa luta desde o início. Segundo a mãe, Markelly Ferreira, o bebê passou por uma consulta no Hospital Joãozinho, onde sequer foram solicitados exames. O diagnóstico foi tratado de forma superficial e a única recomendação foi o uso de um xarope e lavagem nasal.
Sem ver melhora no filho, dois dias depois, a mãe buscou atendimento no Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Sul. O bebê foi atendido rapidamente e, sem um exame mais detalhado, recebeu apenas a recomendação do uso de paracetamol e dipirona. Em menos de 30 minutos, o pequeno Marcos Anthony recebeu alta.
O que mais impressiona é que, segundo informações do escritório de advocacia que acompanha o caso, o médico responsável pelo atendimento nem sequer possuía especialização em pediatria. Um questionamento que precisa ser respondido pela Secretaria de Saúde: como um profissional sem essa formação pode atender crianças em estado delicado?
Horas depois, no desespero, a mãe retornou ao Hospital Joãozinho. O bebê já apresentava um quadro grave, com falta de ar e o corpo arroxeado. No local, ela foi informada que apenas atendiam “crianças que já estavam morrendo”.
A mãe insistiu e conseguiu atendimento, onde finalmente foi diagnosticado um quadro grave de pneumonia. O bebê foi encaminhado para observação, mas os profissionais insistiam que seu estado era estável e, por isso, não seria internado.
Após muita insistência da mãe, o bebê foi internado. Poucas horas depois, ele piorou drasticamente. O diagnóstico foi atualizado para pneumotórax e a criança precisou de procedimentos urgentes. No entanto, já era tarde demais.
O pequeno Marcos Anthony sofreu sucessivas paradas cardíacas e sangramentos. Mesmo com tentativas de reversão, ele não resistiu. No dia 22 de dezembro de 2024, às 9h25, teve sua vida ceifada pela negligência e omissão dos profissionais de saúde.
Agora, Markelly Ferreira luta na Justiça para que a morte do filho não seja em vão. Ela busca responsabilização e justiça para que outros pais não passem pelo mesmo sofrimento.
Tentamos contato com a Secretaria de Saúde do Estado, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos resposta.