Manaus – O candidato a prefeitura de Manaus, Alberto Neto (PL) e sua vice Maria do Carmo (Novo) foram alvos de uma denúncia à Polícia Federal e ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por supostos crimes e infrações eleitorais e ‘Caixa 2’.
A repercussão do caso envolvendo os candidatos virou noticia nacional e repercutiu no O Globo nesta quarta-feira (23).
Leia Mais sobre o caso: Vaza áudio de Maria do Carmo falando em ‘Caixa 2’ de quase R$ 1 milhão
Entenda o caso envolvendo Alberto e Maria
O caso denunciado à PF e ao MP-AM foi de Ronaldo Fernandes (Novo), candidato a vereador e coordenador da campanha de Alberto Neto. Inclusive Fernandes era do mesmo partido que Maria do Carmo. (Confira documento no fim da matéria).
Por meio de documentos, áudios e prints de conversas do WhatsApp, Ronaldo alega existência de suposto “Caixa 2“, abuso de poder político e econômico e uso de empresas de Maria do Carmo para cometer possíveis crimes eleitorais.
Em uma das gravações, Maria admite ter enviado a quantia de quase R$ 1 milhão pelo grupo liderado pelo denunciante. Em outro momento, ela confessa que já se acha eleita e tem a pretensão de disputar o governo do estado em 2026.
O áudio gravado deixa claro que não só recursos financeiros do grupo empresarial de Maria do Carmo é usado para beneficiar sua campanha eleitoral como também a estrutura da Faculdade Fametro e Santa Tereza foi utilizada para realizar as operações.
Financiamento de candidatura feita por Maria do Carmo
De acordo com os advogados de Ronaldo Fernandes, a negociação resultou em um “acordo financeiro ilícito e extremamente atentatório à lisura do pleito“. Maria do Carmo se comprometeu a patrocinar ambas as campanhas. O acordo inicial seria de R$ 1,4 milhão.
A denúncia narra que os repasses começaram em abril, com transferência de R$ 340 mil para pré-campanha. Em seguida, entre 1 de setembro e 5 de outubro, eles aumentaram e culminaram num custo de R$ 240 mil para pagamento mensal de cabos eleitorais, organizados em equipes que totalizavam 24 equipes de cabos eleitorais, totalizando cerca de 220 pessoas.
Nas conversas que Carmo tinha com o professor Fernandes, ficou claro que Ronaldo estava sendo abastecido financeiramente por ela. Em uma conversa no dia anterior ao primeiro turno da eleição, Maria escreveu: “Ronaldo, estou tentando arrumar 50.000. Mas não tenho esse valor. Posso fazer Pix”.
No dia seguinte, ela transferiu R$ 22 mil da conta do Centro de Estudos Jurídicos do Amazonas para a conta pessoal de Ronaldo, como havia prometido.
Ronaldo utilizou duas contas para receber os recursos de “caixa 2”: uma conta de pessoa física no Banco Itaú e outra, de pessoa jurídica, com o nome fantasia “O Assessor”. Esse nome gerou estranhamento em Maria do Carmo, que questionou: “Ronaldo, o teu Pix? A Kellen me passou um, mas aparece assessor. É isso mesmo?”.
Denúncia na Polícia Federal
A denúncia realizada por Ronaldo Fernandes pode levar à cassação da chapa Alberto Neto- do Carmo por abuso econômico e uso de Caixa 2.
Leia o documento na íntegra
À medida que as investigações avançam, o futuro da candidatura de Alberto Neto e Maria do Carmo se torna incerto. As graves acusações de ‘caixa 2‘ e abuso de poder econômico não apenas ameaçam suas chances eleitorais, mas também levantam sérias questões sobre a ética nas práticas eleitorais em Manaus.