Nos últimos dois anos, o Governo do Amazonas, comandado por Wilson Lima (UB) repassou mais de R$ 6 milhões à empresa Dimpi Gestão em Saúde Ltda, sediada no Rio de Janeiro, para a prestação de serviços especializados em medicina de urgência, emergência, prescrição médica e apoio de enfermagem na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).
Confira os pagamentos abaixo


O contrato, que segue ativo, já conta com seis termos aditivos, o mais recente publicado no Diário Oficial no final de 2024. Segundo dados da Receita Federal, a empresa é administrada por Marcos Antônio Fernandes da Silva nome que já apareceu em uma das mais controversas investigações sobre corrupção na saúde pública brasileira: a Operação Calvário.
Confira o ultimo aditivo

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O que liga a Dimpi à Operação Calvário?
Deflagrada em dezembro de 2018, a Operação Calvário teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa infiltrada na filial gaúcha da Cruz Vermelha Brasileira e em órgãos públicos, principalmente no governo da Paraíba. A investigação revelou um esquema bilionário de desvio de verbas públicas da saúde, com prejuízos estimados em R$ 1,1 bilhão entre 2011 e 2018.

Entre os documentos obtidos pelo Ministério Público da Paraíba está uma lista de fornecedores acusados de pagar propina para garantir contratos. A Dimpi Gestão em Saúde Ltda aparece como uma das empresas investigadas. Segundo o relatório, ela teria repassado mais de R$ 200 mil em propina.

O documento menciona ainda a realização de serviços de radiologia com valores superfaturados, prestados pela empresa no Complexo Hospitalar Deputado Janduhy Carneiro.

Por que o governo do Amazonas ainda mantém contratos com a Dimpi?
Mesmo com o histórico de suspeitas e com citações formais em investigação criminal, o governo do Amazonas e o governador Wilson Lima continuam renovando contratos com a empresa. Quais são os critérios de avaliação e compliance adotados nas licitações e renovações? Há algum processo de verificação de antecedentes das contratadas?
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NOTA
O silêncio oficial também levanta dúvidas. A reportagem solicitou nota de esclarecimento ao governo estadual questionando os critérios usados para manter e renovar contratos com a Dimpi

Até o fechamento da reportagem, nenhuma resposta foi enviada. O espaço segue aberto.