O prefeito de Manaquiri, Nelson Nilo (MDB), prorroga um contrato milionário no valor total de R$ 1.297.356,00 (um milhão, duzentos e noventa e sete mil, trezentos e cinquenta e seis reais), que foi assinada ainda na gestão do ex-prefeito Jair Souto, para reforma e construção do centro cultural e da praça da cidade, anunciado em 2023.
Apesar da prorrogação, nas redes sociais o prefeito comemora o início da reforma e construção da Praça e do Centro Cultural, ao lado do vice-prefeito Luizinho Aguiar e do ex-prefeito Jair Souto, ignorando que esse é o “segundo anúncio da obra” usada como propaganda, mas limitada apenas a postagem e a um projeto parado no papel.
No vídeo publicado, no último mês de outubro, eles anunciaram o “lançamento das obras” da Praça São Pedro e do Centro Cultural Altair Américo Coelho.
Veja a publicação:
A situação chama a atenção, porque no papel, a obra já foi toda financiada.
A obra tem como fonte de recurso federal, resultado de uma emenda parlamentar que foi empenhada à Prefeitura de Manaquiri, ainda em 2023, na gestão do ex-prefeito Jair Souto.
Uma emenda parlamentar no valor total de R$ 1.297.356,00 (um milhão, duzentos e noventa e sete mil, trezentos e cinquenta e seis reais), conforme foi publicado no próprio site da Prefeitura.
Veja:
De acordo com o status da emenda, o valor está caracterizado como “empenhado/contratado”, ou seja, o valor já foi reservado aos cofres públicos do município.
Empresa
Além de tudo isso, o prefeito Nelson Nilo escolheu uma velha conhecida em contratos feitos com a Prefeitura. A empresa registrada como J. L. Galvão Gonçalves -ME, inscrita no CNPJ nº 10.679.901/0001-05. A qual tem como porte empresarial de Empresa Pequeno Porte (EPP), com a atividade principal os serviços de engenharia, entre outros serviços.
Veja a lista de atividades da empresa:
O responsável pela empresa, é o empresário João Lúcio Galvão Gonçalves, porém ao consultar as informações no Quadro de Sócios e Administradores, não é apresentada nenhuma informação sobre quem está à frente da empresa.
Veja:
O documento do 2º aditivo de prorrogação do contrato, é o único disponibilizado no Diário Oficial dos Municípios (DOM), já que não apresentado nenhum documento inicial e nem o extrato do 1º aditivo de prorrogação de prazo.
Sem deixar clara todas as informações sobre os documentos que envolvem a construção e reforma da Praça e do Centro Cultural. Dessa forma, o 2º aditivo – único documento devidamente publicado, apenas apresenta o anúncio de uma prorrogação de mais dois meses, sendo contatos do dia 24 de novembro deste até o dia 23 de janeiro de 2026.
Veja os detalhes do 2º aditivo de contrato na íntegra:
Empresa que já recebeu milhões da Prefeitura
O empresário que já recebeu milhões dos cofres públicos de Manaquiri, desde gestão de Jair Souto, continua sendo incluído em vários outros contratos firmados pelo atual prefeito Nelson Nilo.
Em um dos contratos, a empresa foi responsável pela construção da “Cidade da Educação” que custou aos cofres públicos de mais de R$ 3,2 milhões. A qual acumulou vários aditivos de prorrogação, por conta de atrasos na execução da obra no município.
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Esse contrato milionário, aconteceu em meio a um contraste imerso na Educação do município, que foi considerada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), como a pior cidade brasileira na qualidade da educação. Na época, recebeu nota 2,5, numa escala que vai até 10.
Outra contratação polêmica, foi a reforma do prédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, que rendeu a assinaturas de 5 aditivos, para a conclusão da obra. O empresário João Lúcio, ao ser questionado, afirmou que tinha sido realizada dentro de 10 meses e dentro da vigência. Mas a Prefeitura permaneceu em silêncio sobre a situação e não prestou esclarecimentos sobre os aditivos.
Resposta
A equipe de jornalismo do Portal Alex Braga, tentou contato com a Prefeitura de Manaquiri e o gabinete do prefeito Nelson Nilo, para pedir mais esclarecimentos sobre a contratação e detalhes do processo do acordo e sobre os aditivos. Também tentamos contato com a empresa, por meio do email empresarial. Contudo, até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno.
O espaço segue aberto para mais esclarecimentos por parte dos envolvidos.
