Domingo, 15 Junho

Desde o mês de abril deste ano, a vida da dona de casa Sandra Helena Rocha, de 55 anos, tem sido marcada por dor, negligência e luta. Diagnosticada com esquizofrenia, Sandra sofreu um grave acidente que resultou na fratura da pelve, exigindo uma cirurgia urgente. Desde então, ela enfrenta uma verdadeira saga em busca de atendimento digno no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, sob gestão do Governo do Estado do Amazonas, liderado por Wilson Lima (União Brasil).

A primeira internação ocorreu em abril, quando Sandra precisou ser submetida ao procedimento cirúrgico. No entanto, o quadro clínico da paciente se agravou ainda mais devido à demora na realização da cirurgia. Segundo a família, o hospital estava sem ar-condicionado e em condições precárias.

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“A minha tia estava criando bolhas no corpo devido ao calor. E a comida servida a ela e ao acompanhante estava estragada. Já perdi meu pai e agora essa situação”, relatou na época uma sobrinha da paciente.

Após muita insistência e pressão da família, a cirurgia foi realizada. Mas a luta de Sandra estava longe do fim. Quase dois meses após o procedimento, ela começou a apresentar feridas graves nas pernas. As lesões escureceram os membros inferiores, causaram inchaço e a impediram de andar. A condição clínica dela se agravou, mas mesmo assim, o hospital teria se recusado a readmiti-la.

Ferimento na perna de Sandra

“Ela está com as pernas cheias de feridas, não anda mais, e precisamos pagar ambulância para levá-la para qualquer lugar. Voltamos ao 28 de Agosto e mandaram ela de volta para casa, dizendo que não podiam fazer nada”, contou a biomédica Geovana Matos, sobrinha da paciente.

Geovana afirma que a família está desesperada e teme que Sandra acabe morrendo ou precise amputar as pernas por falta de atendimento adequado. “Ela devia estar internada, sendo acompanhada por profissionais. Mas o hospital se recusa a aceitá-la de volta. Estamos esgotados, física e emocionalmente, e gastando o que não temos com medicamentos e curativos. É uma crueldade”, desabafa.

Ferimento na perna de Sandra

A família apela por atenção das autoridades de saúde e cobra providências do Governo do Estado para garantir o direito básico de Sandra à vida e ao tratamento médico adequado.

Família teme nova perda

Pai de Geovana que faleceu no Hospital 28 de Agosto

Geovana relembra que há 5 anos viveu a pior dor ao perder o pai por falta de assistência adequada durante a pandemia de Covid-19. Na época, em meio ao caos hospitalar de 2020, o taxista Geovane Reis, que tinha 54 anos, morreu no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. Agora, no mesmo hospital, é a irmã dele quem sofre sem atendimento.

NOTA

Procurada pela equipe do Portal Alex Braga, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-AM) ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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