Passados 5 anos da dor de perder o pai por falta de assistência adequada durante a pandemia de Covid-19, a biomédica Geovana Matos enfrenta novamente o descaso do sistema de Saúde do Amazonas na gestão do governador Wilson Lima. Na época, em meio ao caos hospitalar de 2020, o taxista Geovane Reis, que tinha 54 anos, morreu no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. Agora, no mesmo hospital, é a tia dela quem sofre sem atendimento.

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Geovana denuncia que Sandra Helena Rocha, de 55 anos, irmã de seu pai, diagnosticada com esquizofrenia, sofreu um grave acidente e fraturou a pelve. Internada na mesma unidade hospitalar, Sandra está impossibilitada de passar por cirurgia devido à falta de ar-condicionado no hospital.

“A minha tia está criando bolhas no corpo devido ao calor. E a comida servida a ela e ao acompanhante está estragada. Já perdi meu pai e agora essa situação”, relatou a denunciante.
Vídeos gravados por ela mostram pacientes e acompanhantes tentando aliviar o calor sufocante com pedaços de papelão, diante da ausência de ar-condicionado e ventilação adequada. As imagens contrastam com o discurso oficial divulgado pelo governador Wilson Lima nas redes sociais, onde o gestor afirma que o hospital recebeu investimentos e melhorias recentes.
Hoje, a unidade é gerida pela Organização Social Agir, que receberá R$ 2 bilhões dos cofres públicos do Amazonas.
Geovana disse que procurou a direção do hospital para relatar a situação da comida estragada e da falta de climatização, mas não obteve qualquer resposta ou providência.
“É revoltante. As autoridades fingem que está tudo bem enquanto as pessoas aqui sofrem e são tratadas sem dignidade”, desabafou.
A família de Sandra espera uma resposta urgente das autoridades e condições adequadas para que a paciente possa realizar a cirurgia de forma segura e digna.
Mas até a manha deste sábado (19), não há previsão de que o tratamento seja oferecido.
NOTA
Procurada pela equipe do Portal Alex Braga, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-AM) ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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