A Maternidade Ana Braga, localizada na zona leste de Manaus, mais uma vez se vê envolvida em escândalos e denúncias que comprometem sua imagem como unidade de saúde, que deveria ser referência no atendimento às mulheres em trabalho de parto. Sob a gestão do governador Wilson Lima, a maternidade enfrenta uma série de problemas estruturais e administrativos que prejudicam a qualidade do atendimento e a dignidade das pacientes e acompanhantes.
De acordo com uma denúncia feita por uma acompanhante de uma mulher que acabou de dar à luz na unidade, a Maternidade Ana Braga está “entregue às baratas”. Segundo ela, a unidade enfrenta uma grave falta de medicamentos, banheiros em condições insalubres, cadeiras quebradas e a falta de lençóis para os leitos.
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“Aqui só tem dipirona e sulfato ferroso, outros tipos de medicamentos estão em falta. Para se ter uma ideia, os banheiros estão imundos e, se a gente quiser limpo, tem que trazer material de limpeza de casa. Até uma vassoura eu tive que arrumar para varrer. Lençóis para os leitos não têm, e as cadeiras que ficam os acompanhantes estão todas quebradas”, denunciou a acompanhante, que preferiu manter o anonimato por medo de represálias.

A denúncia também aponta uma grave situação envolvendo os funcionários responsáveis pela limpeza da maternidade. Segundo a acompanhante, esses profissionais estão há três meses sem receber seus salários, o que teria levado ao abandono dos serviços de limpeza da unidade.
“Eles não estão mais limpando os leitos, nem os banheiros. A situação está crítica”, relatou.

Mas os problemas não param por aí. A Maternidade Ana Braga também está no centro de uma polêmica envolvendo contratos milionários e suspeitas de irregularidades nas licitações para serviços de conservação e limpeza. Em 2021, a unidade realizou um processo de dispensa de licitação para a contratação de serviços de limpeza, cujo valor total foi de R$ 2.390.862,92. A empresa contratada foi a Limpamais Serviços de Limpeza Eireli, que ainda mantém contrato com o governo do Amazonas. A dispensa de licitação, que foi realizada de forma relâmpago, levantou suspeitas de favorecimento e falta de transparência nos processos administrativos da Maternidade Ana Braga.
NOTA
O Núcleo de Reportagem Investigativa do Portal Alex Braga procurou a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) para questionar as denúncias da acompanhante, mas até a publicação desta reportagem não obtivemos respostas. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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