O Portal Alex Braga recebeu uma grave denúncia vinda de dentro da maternidade Ana Braga, unidade que faz parte da Secretaria Estadual de Saúde (SES), comandada pelo governador Wilson Lima, em Manaus.
De acordo com um médico e a mãe do bebê, o menino teve o intestino perfurado durante procedimento médico após o nascimento no prédio que fica na Zona Leste de Manaus. Apesar dos esforços dos servidores, a falta de estrutura deixou mais uma vítima em estado grave.
Imagens recebidas por nossa equipe de investigação mostram que a situação do bebê é delicada. Ele aparece com o barriga aberta e infeccionada, fazendo uso de uma bolsa de colostomia.
Uma fonte médica ouvida pelo Portal Alex Braga afirma que os profissionais da rede pública do Amazonas estão sobrecarregados, sem treinamento e em péssimas condições de trabalho.
Revoltada, a denunciante diz em áudio enviado à nossa redação que o diagnóstico é de que o bebê foi perfurado três vezes. “O bebê agora está com um nódulo no intestino. Quando ele foi para o Ican (Instituto de Saúde da Criança do Amazonas) foi dito que ele foi perfurado na maternidade”.
A denunciante afirma que ate hoje a Maternidade Ana Braga não esclareceu as circunstâncias do acidente. “Não sei se foram colocar uma sonda nele e ocorreu isso. Mas ele estava sem fazer cocô desde que nasceu, e decidiram realizar esse procedimento”.
Veja o vídeo da denúncia:
SEM RESPOSTA
Nossa equipe pediu um posicionamento do Governo do Amazonas, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
PARTO NO CHÃO
Esta semana, um vídeo chocante circulou nas redes redes sociais e mostrou o total descaso com uma grávida que deu à luz no chão da Maternidade Ana Braga. A maternidade Ana Braga possui orçamento de R$ 3 bilhões e peca com falta de estrutura.
A Maternidade Ana Braga, hospital de alta complexidade, usado para partos e tratamento de recém-nascidos prematuros, está sem gerenciamento algum e mostra a negligência com as grávidas que procuram a unidade.
Veja o vídeo:
Recursos bilionários e nada para as maternidades
Um levantamento feito pelo Núcleo Investigativo do PAB, mostram que a saúde pública do Amazonas, recebeu em 2023 o valor global de R$ 3.101.209.000 (três bilhões, cento e um milhões e duzentos e nove mil), sendo destinados as Fundações de unidades de saúde e nada para as maternidade, segundo informações e dados do Portal da Transparência.
Este ano, a SES-AM recebeu outro valor bilionário de R$ 3.482.535.000 (três bilhões, quatrocentos e oitenta e dois milhões e quinhentos e trinta e cinco mil) e mais uma vez nenhuma unidade obstétrica neonatal recebeu destinação.
No total o valor recebido pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), foi de R$ 6.583.744.000 (seis bilhões, quinhentos e oitenta a três milhões e setecentos e quarenta e quatro mil), e a saúde tem sido alvo de denúncias e classificada pelos amazonenses como um verdadeiro descaso e caos.
‘Tempo de espera’
No site da própria Secretaria de Saúde (SES-AM), na aba Maternidade Ana Braga, demonstram o tempo de espera dos pacientes em um quadro de atendimento.
Segundo informações da própria unidade, o 1° grupo seria de atendimento imediato e emergencial e prioridade máxima, porém não passa de um quadro colorido compondo a página da maternidade, pois na prática a situação é outra.
Direção Maternidade Ana Braga
A maternidade Ana Braga, é comandada pelo enfermeiro obstetra Edilson Albuquerque. Albuquerque representou em uma sessão especial o hospital pelos seus 20 anos de atuação sendo referência no atendimento de urgência e emergência obstétrica e neonatal na Região Norte. A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, foi quem representou o governador na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), em maio quando ocorreu o evento.
Durante a sessão especial, 21 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem foram homenageados com certificados de honra ao mérito. A propositura foi do deputado Sinésio Campos (PT).
Atualmente, a maternidade Ana Braga dispõe de 256 leitos e mais de 1.600 servidores. Mesmo com essas informações, o quadro de servidores da saúde na unidade continua defasada.