No momento mais importante para uma mãe, o descaso público do estado falou mais alto. Sequelas que marcam na pele uma história cheia de perguntas não respondidas: quem foi o responsável pelo erro médico que quase custou a vida do filho dela? Confira a reportagem na íntegra.
Denúncias que assustam a população. As mulheres que precisam da maternidade Ana Braga passam por verdadeiras histórias de terror.
Um recém-nascido passa por diversas adaptações importantes, caso seja prematuro, os cuidados se intensificam. É preciso estar atento à temperatura corporal da criança, realizar suporte respiratório, caso seja necessário, utilizar uma alimentação especial e prevenir contra infecções.
Mas o que fazer quando a falta de cuidado começa logo após o nascimento, causado pela própria maternidade Ana Braga.
A denúncia foi feita pelo portal Alex Braga.
Segundo a mãe da criança, o filho teve o intestino perfurado durante um procedimento de intubação. Ela, que ainda estava se recuperando do parto, não pôde acompanhá-lo. Apenas recebeu a notícia de que ele teria de passar por procedimento cirúrgico.
A denúncia ganhou repercussão e chegou até a secretaria de saúde, onde a titular da pasta, Nayara Maksoud, gravou um vídeo-resposta, mesmo com todos os registros médicos da paciente, dizendo que tudo não se passava de uma ‘Fake News’.
O vídeo da secretária surge em meio a diversas denúncias sobre a estrutura da maternidade Ana Braga. Os pacientes reclamam do atendimento e da falta de medicamentos, maus tratos e demora no atendimento, mesmo com um orçamento bilionário na saúde do estado.
Segundo o portal da transparência do estado do Amazonas, no ano de 2023, a secretaria de saúde recebeu o valor global de R$ 3.101.209.000 (três bilhões, cento e um milhões e duzentos e nove mil), que foram destinados para fundações e unidades de saúde, mas nenhum centavo sequer foi direcionado para a maternidade.
Em 2024, o governo destinou para a pasta da saúde R$ 3 bilhões e mais uma vez, nenhum centavo foi enviado para qualquer maternidade.
Em setembro de 2020, durante uma vistoria em uma obra do estado, o governador chegou a prometer investir cerca de R$ 10 milhões nos hospitais maternos, incluindo a unidade Ana Braga, dinheiro que seria um recurso enviado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas hoje, quem precisa ser atendido no local, não encontra grandes investimentos, mas sim, uma estrutura precária que afeta a população. Recentemente um vídeo que circulou nas redes sociais também repercutiu, uma mulher deu à luz no chão da maternidade.
O bebê que teve o intestino perfurado é mais uma vítima da falta de preparo do local. Mas mesmo diante de tantos fatos, a resposta da secretária Nayara ainda foi afirmar que a mãe da criança estaria mentindo.
A nossa equipe de reportagem foi até a casa da Ana Claudia, mãe da criança, uma residência humilde onde ela vive com os outros três filhos.
A rotina do recém-nascido é preenchida por limpezas e manutenção da pequena bolsa que carrega, para dar conta de tudo ela conta com a ajuda dos outros filhos, uma família humilde que tenta ser o próprio suporte para que possam cuidar do pequeno, sem deixar as demais responsabilidades de lado, a consequência do procedimento feito na maternidade, para eles, pesa em dobro, pois também aumenta as despesas com os materiais de higiene.
Mostramos o vídeo onde afirmam que toda a situação seria uma ‘Fake News’, a mãe respondeu a secretária Nayara.
O que teria levado ao acidente? Está e uma pergunta sem resposta e que vai ser ainda mais difícil de ser respondida já que no documento emitido pela maternidade não consta o nome do responsável por ter machucado o pequeno Luan
Procuramos por um advogado para saber quem deve ser responsabilizado pelo o que aconteceu com Luan, o advogado explica que qualquer um que seja lesado deve buscar pela justiça, uma investigação deve ser feita e Ana Cláudia tem direito a ser indenizada.
Enquanto ela aguarda por explicações, tenta cuidar dele como pode, mas o dinheiro está pouco e ela se preocupa, ela se emociona ao falar do estado de saúde do filho.
As histórias que se somam, deixam a sensação de medo para as mulheres que precisam do serviço público de saúde e podem ter a vida dos filhos afetadas pela má estrutura, como se não bastasse os problemas gerados nos atendimentos e procedimentos os pacientes ainda lidam com a falta de limpeza no local.
Em março deste ano a unidade foi denunciada por problemas de lixos acumulados nos corredores.
Os profissionais da limpeza estavam há 07 meses sem receber
Problema agravado pela falta de insumos, segundo a própria direção do Ana Braga eles funcionam apenas com 49% dos medicamentos que precisam, o centro de medicamentos do Amazonas passa por uma escassez de remédios e materiais de saúde, situação que também já foi denunciada pelo portal Alex Braga e toda essa conta chega para quem mais precisa, a população.
Confira a reportagem na íntegra: