Enquanto o governador do Amazonas, Wilson Lima, insiste em afirmar que o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto é referência em saúde pública no estado, a realidade enfrentada por pacientes e acompanhantes dentro da unidade revela um cenário alarmante e incompatível com os discursos oficiais. As denúncias vão desde negligência no atendimento até violações do direito à dignidade dos pacientes.
Foi o que ocorreu com paciente identificado como Caio, que foi à unidade acompanhado pela esposa, Maria. Ela contou à nossa reportagem que funcionários chegaram a oferecer uma sacola plástica para ela urinar em meio a outras pacientes. “Foi quando pedi ajuda a um maqueiro, que, sensibilizado, me deu uma cadeira para levá-lo ao banheiro. Essa saúde do estado está péssima”, conclui.
Maria conta que Caio foi vítima de um acidente ocorrido na noite do dia 18 deste mês no bairro Redenção. Ela relata um verdadeiro tormento desde o momento em que seu marido deu entrada na unidade. Segundo ela, mesmo com visíveis sinais de dor e fraturas — incluindo um braço quebrado e um ferimento no joelho ainda aberto —, o atendimento com medicação adequada só aconteceu por volta das 3h da madrugada, cerca de quatro horas após a chegada.
“Ele estava quase desmaiando de dor e mesmo assim disseram que ele tinha condições de ficar sozinho. Não deixaram eu acompanhá-lo, mesmo com ele claramente debilitado”, conta Maria, com indignação.
O desrespeito ao paciente e à acompanhante não parou por aí. Ao tentar registrar com o celular as condições precárias da unidade, Maria afirma ter sido abordada de forma grosseira por um segurança. “Perguntei se ele ia me bater. Fui até a assistente social e ela simplesmente disse que não podia fazer nada”, relata.
NOTA
O Núcleo de Reportagem Investigativa do Portal Alex Braga entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), para questionar a denúncia da esposa de Caio, mas até a publicação desta reportagem não obtivemos respostas. O espaços segue aberto para esclarecimento.

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