O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), nesta quarta-feira (16), continua uma greve de fome que já dura 8 dias no plenário da Câmara dos Deputados. A ação se deu em protesto à recomendação do Conselho de Ética favorável a cassação do parlamentar por quebra de decoro.
Glauber pode ser cassado por está respondendo por agredir um militante de extrema-direita, que teria ofendido a sua mãe nos corredores do parlamento. Após uma doença a mãe do parlamentar veio a falecer menos de um mês depois do ocorrido.
Com mais de 180 horas sem se alimentar na frente do parlamento, o protesto tem mobilizado ministros do governo, deputados, lideranças populares. Segundo apoiadores a pena é desproporcional e defendem a decisão como perseguição política, por não haver outro caso de perda de mandato pelo mesmo tipo de conduta.
Por outro lado, o deputado João Leão (PP-BA), que votou pela cassação de Glauber no Conselho de Ética, defende a cassação do parlamentar pelo Conselho.
“Ele está sendo cassado pelo comportamento dele no Conselho de Ética. Ele cavou a própria cova. Ele chamou o relator [deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) e o ex-presidente da Câmara [Arthur Lira (PP-AL)] de ladrões. Ele não tem condições de continuar porque não respeita os pares”, disse o deputado.
Em contrapartida, Glauber Braga acusa Lira e Magalhães de perseguição política por articularem a sua cassação por contas de denúncias que ele faz sobre o orçamento secreto. Com isso, Lira afirma que irá processar o deputado por não provar as acusações.
Para recorrer a decisão o PSOL tem até a próxima terça-feira (22) para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.