Segunda-feira, 17 Fevereiro

Manaus – A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) do governo Wilson Lima (UB), firmou um contrato de mais de R$ 218 milhões com a Construtora Etam LTDA, que pertence a família do governador do Acre Gladson Cameli (PP). Cameli já foi investigado pela Polícia Federal (PF) e tornou-se réu pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), por corrupção.

O contrato n° 069/2022 foi assinado em agosto de 2022 pelo secretário da Seinfra, Carlos Henrique Lima e a empresa Construtora Etam LTDA. O serviço que era para acabar em 1 ano e meio, agora tem previsão de terminar apenas em 2026.

O valor global deste contrato foi de R$ 218.948.295,91 (duzentos e dezoito milhões, novecentos e quarenta e oito mil, duzentos e noventa e cinco reais e noventa e um centavos), o objeto de contrato foi para a recuperação da rodovia AM-352.

Confira o extrato de contrato

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Governo do AM e o contrato milionário com Construtora Etam

Desde agosto de 2022 quando através da Seinfra o governo do Amazonas firmou contrato com a Construtora Etam, além do contrato dois aditivos de prazos foram realizados.

O primeiro aditivo foi realizado em janeiro de 2024 com vigência até outubro do mesmo ano.

O segundo aditivo foi realizado na última quinta-feira (22), no documento é pedido mais 390 dias para a entrega da obra.

Vale ressaltar que a Construtora Etam possui outros contratos com o governo do Amazonas. Porém, o contrato mencionado na reportagem não consta no Portal da Transparência, qual seria o motivo de tanto suspense?

Governador do Acre investigado pela PF

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tornou o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), réu por corrupção.

Foi aceita a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em novembro de 2023, que acusa Cameli e outras 12 pessoas incluindo membros da sua família como sua esposa, dois irmãos, servidores e empresários — pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação.

A PGR ainda solicitava o afastamento do governador, o que foi rejeitado pelo STJ.

Início da operação contra governador

Iniciadas em 2019, as práticas ilícitas já teriam causado prejuízos de mais de R$ 16 milhões aos cofres públicos. O MPF falava inicialmente em prejuízo superior a R$ 11 milhões, mas notas técnicas da Controladoria-Geral da União indicam que os danos seriam ainda maiores.

De acordo com o MPF, a denúncia decorre de fraudes na contratação da Murano Construções Ltda. – e na respectiva licitação – para a realização de obras de engenharia viária e edificação, pelas quais a empresa teria recebido R$ 18 milhões. As supostas irregularidades nesse contrato foram apuradas no contexto de uma investigação mais ampla, denominada Operação Ptolomeu.

Governador do Acre Gladson Cameli

Em 2023, a Corte Especial desmembrou a denúncia e os casos que envolvem investigados que não têm foro por prerrogativa de função foram distribuídos para os juízos criminais competentes.

Relatora, ministra Nancy Andrighi, ressaltou que há indícios de que o governador agiu ativamente para assegurar a execução do esquema criminoso.

Segundo S. Exa., “a suposta organização criminosa adotou método de substituição das empresas contratadas pelo Estado como fim de retroalimentar o esquema e dificultar o rastreio das verbas públicas possivelmente desviadas”.

Escândalo sexual

No ano passado, Marcelo Bimbi e o Governador do Acre, Gladson Cameli, causaram um enorme burburinho nas redes sociais após fortes acusações envolvendo os crimes de estupro e abuso, o caso chegou oficialmente à Justiça.

Marcelo Bimbi e Governador Gladson Cameli

O governador  apresentou uma queixa-crime em face de Bimbi tendo em vista que Marcelo fez uma série de acusações contra Cameli. Dentre elas, a de que o político o havia estuprado, abusado e que estaria ordenando ameaças. As falas rapidamente ganharam as mídias e foram amplamente reproduzidas em vários canais.

Na queixa, o político afirmou não entender os motivos que levaram Bimbi a fazer os afiados pronunciamentos. No entanto, assegurou que essa não foi a primeira vez que o ex-marido de Nicole Bahls apresentou um comportamento como esse.

Veja as acusações

Com a repercussão e exposição de Bimbi, Cameli se defendeu por meio de uma nota oficial. “Como homem público, sempre respeitou e sempre respeitará o contraditório. Isso, porém, não dá direito a quem quer que seja, fazer ataques à sua honra”, rebateu.

As acusações e processo ainda estão em poder da justiça.

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Sobre a construtora Etam

A Construtora Etam, opera com o CNPJ 22.768.840/0001-31 foi fundada em 1987 e atua com atividade principal construção de rodovias e ferrovias.

A empresa possui capital social de R$ 145 milhões e pertence ao pai do governador, Eladio Cameli.

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Nota

O Núcleo Investigativo do PAB, entrou em contato com a Seinfra para obter mais informações sobre o contrato.

Até a publicação da reportagem nenhum retorno foi nos dado. O espaço continua aberto para manifestações.