Quinta-feira, 24 Abril

O Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (SEINFRA), contratou a empresa Pontual Construtora Ltda por R$ 14 milhões para recuperar dois ramais da BR-174 durante o período de inverno amazonense, que é bem conhecido por suas chuvas diárias e intensas.

O contrato foi publicado no Diário Oficial do último dia 13 de dezembro. Na publicação consta que a empresa Pontual Construtora Ltda deve receber R$ 14.023.737,88 (Quatorze milhões, vinte e três mil, setecentos e trinta e sete reais e oitenta e oito centavos) para recuperar os ramais Cláudio Mesquita e das Pedras, ambos localizados no KM 02 da BR-174, obra que deve durar 300 dias corridos.

No entanto, dois pontos importantes chamaram a atenção do núcleo de investigação do Portal Alex Braga

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1. Asfaltamento recente

Pelo menos um dos dois ramais a ser recuperado, foi asfaltado há pouco mais de um ano. O ramal Cláudio Mesquita, com extensão de 4,8 quilômetros, recebeu obras que tiveram sua reta final em março do ano passado, tendo sido pavimentado junto com outros três ramais que custaram R$ 23 milhões, segundo mostra o release do próprio governo do Estado.

No entanto, desta vez, só o ramal Cláudio Mesquita e o das Pedras custarão mais de R$ 14 milhões para os cofres públicos, o que gerou uma despesa de pelo menos R$ 13 milhões apenas para um ramal em menos de 2 anos.

Contudo, o cenário que parece ruim pode piorar…

2. Inverno amazônico

O contrato prevê início imediato, ou seja, as obras devem se iniciar ainda em dezembro deste ano se estendendo por 300 dias, o que significa que a recuperação das vias deve ser feita durante todo o período de inverno amazônico, época conhecida por suas fortes e constantes chuvas diárias que, em tese, dificultam quaisquer trabalhos a céu aberto que demandam de tempo aberto e sem chuva para que haja celeridade no processo.

O fato de as obras se iniciarem neste período abre margem para a assinatura de possíveis termos aditivos que podem contemplar mais 300 dias de obras, bem como mais R$ 14 milhões dos cofres para compensar um provável novo período de trabalho.

Nota

O Portal Alex Braga entrou em contato com a assessoria de comunicação da SEINFRA e do governo para entender os detalhes do contrato e questionar o porquê de as obras se iniciarem em um período impróprio para o tipo de serviço.