O núcleo de investigação do Portal Alex Braga (PAB) teve acesso com exclusividade à uma denúncia de condições precárias e exaustivas de trabalho, bem como irregularidades nos salários dos Alunos-soldados da Polícia Militar do Amazonas (PMAM).
De acordo com informações das fontes, que optaram por não se identificar, os alunos da PM estão trabalhando em escala não condizente com o previsto pela instituição. Segundo denúncias, os novos soldados iniciaram seu estágio em setembro de 2024, com previsão de 200 horas em escala 6 por 1, o que está em desacordo com o padrão.
Com isso, após denúncias dos alunos, a escala foi alterada para 5 por 2. No entanto, o serviço ostensivo tirado pelos policiais é realizado a pé por 6 horas em postos fixos. Além disso, muitos têm suas folgas alteradas sem aviso prévio e, devido aos baixos salários, são obrigados a realizar Serviços Extras Gratificados (SEG) durante suas folgas, para complementar a renda.
Ainda sim, os alunos relatam que enfrentam dificuldades logísticas, como a falta de transporte adequado para retornar dos postos de patrulhamento.
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Irregularidade no salário
Conforme previsto no edital do último concurso público para soldados da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), o salário de um aluno deveria ser de R$ 2,5 mil, que é equivalente a metade do salário de um soldado.
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O salário acima, deveria ser pago aos alunos durante todo o período do curso de formação deles que, segundo o edital, deveria durar cerca de 10 meses. Tendo em vista que o curso de formação iniciou em janeiro e finalizou em novembro
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No entanto, mesmo após a formatura, em 27 de novembro, e o retorno ao serviço, em 5 de dezembro, os formados, continuam submetidos às mesmas condições de quando eram alunos, sem previsão de promoção oficial a soldados e com a informação de que só vão receber o aumento de salário em abril deste ano, sendo que o mesmo deveria estar sendo pago desde novembro de 2024.
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Em uma das mensagens, um dos alunos disse que só houve um pequeno reajuste no salário porque eles “choraram muito para receber auxílio alimentação”.
Na outra, a afirmação é de que o reajuste veio por conta de denúncias de consumo de comida estragada, fornecida aos alunos pela instituição.
Comida estragada e embalagens insalubres
Outra, das tantas denúncias feitas pelos alunos, diz respeito à alimentação distribuída aos policiais. A empresa responsável pelo fornecimento foi a Triseven Serviços, que já recebeu mais de R$ 78 milhões dos cofres públicos do Estado durante a gestão Wilson Lima. Desses R$ 78 milhões, só para o fornecimento de alimento para os alunos da Polícia Militar, foram destinados mais de R$ 7 milhões.
Apesar disso, os soldados relatam que as refeições não chegam às Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms). No entanto, quando chegam, estão estragadas ou impróprias para o consumo; e, segundo eles, esse caos dura desde o curso de formação.
A denúncia, feita com exclusividade ao PAB, mostra o café da manhã das equipes de rua sendo entregues em sacos plásticos e garrafas pet reaproveitadas. Confira abaixo.
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NOTA
O Portal Alex Braga solicitou uma nota de esclarecimento por parte da assessoria de comunicação do Governo do Estado, a respeito do caso, mas até o fechamento da matéria não fomos respondidos.
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