Sábado, 5 Outubro

Baratas nas paredes do banheiro, paciente infectada por bactéria após cirurgia e um bebê deixado morto dentro do ventre da mãe. Uma série de denúncias exclusivas recebidas pelo Portal Alex Braga, mostram o caos que se tornou o Instituto da Mulher Dona Lindu, prédio anexo ao Hospital 28 de Agosto, em Manaus, duas unidades vítimas da gestão Wilson Lima na Saúde do Amazonas. A unidade que deveria acolher mães e filhos, tornou-se um “inferno”.

BANHEIRO ENTREGUE ÀS BARATAS

Um acompanhante enviou à nossa equipe de reportagem imagens que mostram a falta de limpeza adequada a contaminação do banheiro da unidade por baratas. O local é usado por pacientes no pós-operatório.

“É um total descaso com a população. Minha esposa foi operada aqui e agora sofre de infecção pós-operatória que, segundo um dos próprios médicos do instituto, foi adquirida dentro do centro cirúrgico. É um absurdo, mas não é surpresa nenhuma, visto que o banheiro do leito onde ela está internada é um verdadeiro ninho de baratas. Inacreditável”, disse o denunciante, que matou três baratas e fez as fotos.

A esposa dele foi contaminada por uma bactéria na sala de cirurgia e teve de voltar ao Instituto de Mulher por conta das complicações causadas pela sujeira.

BEBÊ MORTO NO VENTRE DA MÃE

Na noite da última segunda-feira (9) o mesmo Instituto da Mulher foi palco de uma cena de revolta, após uma família acusar descaso dentro da unidade.

Uma mãe grávida de 9 meses deu entrada por volta das 14h na unidade, já com o bebê em situação de sofrimento, com baixo batimento cardíaco.

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O bebê faleceu às 17 h, e por volta das 20 ainda não havia sido retirado. Revoltados, marido, pai e mãe da paciente entraram em pânico e começaram a protestar pelos corredores, aos gritos. A polícia precisou ser chamada e a criança só foi retirada por volta das 22h, ficando todo esse tempo morta dentro da barriga da mãe.

O CAOS QUE PODE RENDER R$ 2 BILHÕES A WILSON LIMA

Sem plano para solucionar o caos no Instituto da Mulher, Wilson Lima tem na gaveta do seu gabinete uma projeto para terceirizar a unidade e o Hospital 28 de Agosto, um negócio com suspeitas de cartas marcadas no valor de R$ 2 bilhões, alvo do Tribunal de Contas do Amazonas.

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) suspendeu a suspeita tentativa bilionária da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), comandada por Wilson Lima (UB) e Nayara Maksoud, que tentam forçar a terceirização da gestão do Complexo Hospitalar da Zona Sul (CHZS) de Manaus, que compreende o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu.

A manobra foi denunciada pelo Portal Alex Braga e tem sido orquestrada sob diversas supostas irregularidades. Ao todo, Wilson quer pagar 2 BILHÕES DE REAIS a um grupo que já teria sido escolhido previamente.

O TCE atendeu uma representação do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas Beneficentes e Religiosas e em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Amazonas, sendo assinada pelo auditor Luiz Henrique Mendes.

“O representante argumenta que este modelo de contratação não tem demonstrado eficácia no Estado do Amazonas, além de ter sido alvo de controvérsias em outros entes federativos. Assevera que o Estado do Amazonas gasta cerca de R$ 22 milhões por ano com a administração das duas unidades, porém, neste edital, o governo pretende repassar cerca de R$ 34 milhões à organização social que gerenciará as unidades”, diz trecho do documento ao qual o Portal Alex Braga teve acesso.

O documento cita que o Estado do Amazonas pode ser lesado diante do que Wilson Lima pretende fazer, fato demonstrado numa conta básica de receita e despesa.

Após a chegada da denúncia pedimos posicionamento do Governo do Amazonas sobre os dois casos, mas não obtivemos resposta.