A secretária de Saúde de Roraima (Sesau-RR), Cecília Lorenzon, supostamente participou de um esquema de desvio de dinheiro público em contrato com a Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos e Saúde – COOPEBRAS, investigada por crimes de peculato desvio, corrupção passiva, falsidade documental, fraude a licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As informações constam nos autos da Polícia Civil do Estado.
A Cooperativa, firmou contrato com a Sesau-RR em 2017 com a finalidade de fornecer mão de obra da área de saúde e valor anual à época correspondente a R$ 182.432.583,60 (cento e oitenta e dois milhões, quatrocentos e trinta e dois mil, quinhentos e oitenta e três reais e sessenta centavos).
A investigação da Polícia Civil esclarece que “o contrato com o Governo do Estado foi conquistado se utilizando de pessoas com conhecimento e trâmites no setor, que facilitaram essa contratação e depois foram bem compensados, seja com dinheiro, seja com cargos nas empresas e até mesmo com ascensão de cargos dentro do governo”.
“A cooperativa, criou um esquema sólido para se enriquecer de forma ilícita às custas do dinheiro público, empregando familiares e amigos, os quais já eram de sua confiança e já prestavam serviços em suas outras empresas, e alguns com amplo conhecimento afetos a contratações públicas, o que só veio a facilitar o andamento e êxito das atividades criminosas”, reforça a investigação da polícia.
A investigação aponta fortes indícios de que Cecília tenha contribuído de alguma forma para a manutenção do esquema criminoso da cooperativa, pois ainda em 2017, ano da assinatura do contrato em questão, Cecília já trabalhava na SESAU e foi nomeada fiscal do contrato.
Em 2019, Cecília passou a ocupar a vice-presidência da Comissão Permanente de Licitação e no mesmo ano, foi nomeada como Secretária de Saúde.
De acordo com a investigação, Cecília Smith Lorenzon, também chegou a receber valores a título de produção dentro do contrato da SESAU com a Coopebrás, sem prestar nenhum serviço afeto ao contrato. O documento comprova com imagens de demonstrativos da cooperativa que indicam os pagamentos mês a mês.
No contrato firmado entre a COOPEBRAS e a SESAU, após análise da Procuradoria Geral do Estado – PROGE, a apuração apontou várias despesas criadas e inseridas na contabilidade da cooperativa, mas sem amparo contratual e legal, havendo considerável oneração indevida dentro do contrato.
Conforme os autos da investigação, o esquema criminoso de pagamentos indevidos e desvio de recursos constam evidências de que toda estrutura orquestrada e em atividade impediram o Estado de realizar concurso público e até de adquirir equipamentos de grande necessidade.