Sexta-feira, 26 Dezembro

O setor administrativo da Prefeitura de Caapiranga, comandada pelo prefeito Matulino Braz (União Brasil), não terá com o que se preocupar com produtos e móveis de escritório, no próximo ano. Pois o prefeito já garantiu o destino de mais de R$ 5,3 milhões para uma suposta empresa fantasma de Manacapuru.

Além do valor exorbitante, o que mais chama atenção, é o acordo suspeito com a empresa escolhida no documento do acordo, assinado pelo prefeito. A qual está incluída em diversos contratos na Prefeitura de Manacapuru comanda por Valcileia Maciel.

A empresa escolhida, registrada como A. Câmara de Oliveira Ltda, inscrita no CNPJ nº 23.053.201/0002-33, cujo dono é Augusto Câmara de Oliveira. Apesar de aparecer como dono da empresa, ele mesmo diz trabalhar no Supermercado Bastos, a empresa do irmão, um empresário importante politicamente em Manacapuru.

Veja a rede social do empresário:

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O dono do Supermercado Bastos, é o empresário José Maria Câmara de Oliveira, conhecido com “Zé Maria Bastos” tem ligações políticas com a prefeita de Manacapuru e aliados, estendendo também a sua parceira com o prefeito Matulino Braz, onde aparecem juntos em reuniões íntimas.

Veja:

Augusto e Zé Maria Bastos são irmãos, contudo, dessa forma, supostamente a empresa de Augusto Câmara, funciona apenas como empresa fantasma, que ganha licitações na gestão de Manacapuru e Caapiranga.

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Empresa fantasma

Conforme as informações das empresas, elas estão localizadas na mesma avenida, no centro da cidade de Manacapuru. Mas ao acessar o endereço, a empresa de Augusto Câmara, não apresenta fachada e nem o funcionamento da mesma, no local. Contudo, no local informado esta localizada um feira com a logo de Manacapuru.

Veja:

Avenida Cristo Rei, nº 95, centro de Manacapuru

Por outro lado, o supermercado do irmão, apresenta o pleno funcionamento e atuação no município. Contando ainda com duas unidades próximas uma a outra no centro da cidade. O qual também tem vários contratos com a Prefeitura de Manacapuru e Caapiranga.

A aparente falta de atividade da empresa de Augusto Câmara em contraste com a do irmão, revela um suposto esquema de empresa fantasma. Que supostamente serve apenas para ganhar licitações públicas das Prefeituras.

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Além do Supermercado Bastos, o empresário Zé Maria aparece como dono de outro mercado, que também está incluída em acordos com Manacapuru e Caapiranga. A segunda empresa, registrada como J.R.N.S Comércio de Produtos Alimentícios Ltda, inscrita no CNPJ nº 10.788.629/0002-82.

Mas as duas empresas de Zé Maria, tem os nomes “Bastos” e ambas funcionam como um supermercado, localizadas no centro da cidade de Manacapuru.

Veja as imagens dos supermercados:

Contratos com a Prefeitura

Tanto as empresa de Augusto Câmara, como a de Zé Maria estão como vencedoras em licitações com a Prefeitura de Manacapuru, para fornecer itens como de higiene, papelaria, itens de escritório, produtos alimentícios não perecíveis, carnes, frutas e legumes.

Mesmo apresentando, em suas informações cadastrais, ter como atividade principal o comércio de alimentos, ela também apresenta diversas outras atividades.

Mas esteve incluída em contratos com a Prefeitura de Manacapuru, para o fornecimento de materiais de limpeza, higiene, talheres descartáveis e até mesmo fraldas descartáveis para atender o setor administrativo da Manacapuru. Em sua maioria, as duas empresas registradas no nome de Zé Maria e até mesmo a empresa de Augusto Câmara.

Veja alguns do itens fornecidos pelas empresas à Manacapuru:

Agora, com a Prefeitura de Caapiranga, se repete o mesmo acordo, o prefeito assinou dois documentos de Registro de Preços. O primeiro, para o fornecimento de agendas, blocos de notas, alfinetes, balões, borrachas, canetas, clips, copo descartáveis, envelopes, pastas e outros diversos produtos de escritório.

Apenas para o fornecimento desses materiais, custarão o valor total de R$ 2.242.623,50 (dois milhões, duzentos e quarenta e dois mil, seiscentos e vinte e três reais e cinquenta centavos).

O segundo, visa o fornecimento de armários, cadeiras, conjuntos pré-escolar, carteiras escolares, mesas de escritório, de refeitório, poltronas, sofás, quadro brancos magnético e flanelógrafo entre outros móveis e itens para o setor administrativo do município.

Da mesma forma, o outro acordo vai custar um total de R$ 3.146.647,50 (três milhões, cento e quarenta e seis mil, seiscentos e quarenta e sete reais e cinquenta centavos).

Somando um registro de preços com um total de R$ 5.389.271,00 (cinco milhões, trezentos e oitenta e nove mil, duzentos e setenta e um reais). A prefeitura destinará somente à empresa de Augusto Câmara.

Resposta

A equipe de jornalismo do Portal Alex Braga tentou contato com a Prefeitura de Caapiranga, para pedir esclarecimentos sobre o acordo feito com a empresa escolhida. Contudo, até o fechamento desta matéria, não obtivemos resposta por parte dos envolvidos. O espaço segue aberto para mais esclarecimentos.