Quinta-feira, 10 Julho

Em mais uma contratação de empresas e Organizações Sociais (OS) com origem em Goiás, o governador Wilson Lima (UB), por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), renovou um contrato de R$ 15,3 milhões com a empresa Brasil Vida Táxi Aéreo Ltda, sediada em Goiânia. A empresa tem como sócios-administradores Arédio Bernardes da Costa Júnior e Helen Costa Souza.

Confira o documento abaixo

Segundo dados do Portal da Transparência do Amazonas, a Brasil Vida já recebeu mais de R$ 35 milhões entre 2023 e o início de 2025, referentes à prestação de serviços continuados de transporte de pacientes em UTIs aéreas. Os serviços são realizados por meio de uma aeronave monomotor turboélice que opera em transporte interestadual de pacientes.

Confira a relação de pagamentos

Pagamento do Governo do AM para empresa de táxi aéreo
Pagamento do Governo do AM para empresa de táxi aéreo

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Conflito de interesses e vínculos suspeitos

Uma apresentação pública da empresa, disponível na internet, traz um dado que chama atenção: o médico Frederico Dutra Oliveira aparece como responsável técnico da Brasil Vida, conforme documento emitido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). O nome de Frederico também consta na licença sanitária da empresa.


No entanto, o mesmo médico aparece como presidente da empresa Semprevida Medicina Intensiva, que, de acordo com documentos obtidos pelo Portal do Alex Braga, é subcontratada pela OS AGIR Saúde para atuar no Hospital 28 de Agosto e no Instituto da Mulher Dona Lindu, ambos localizados em Manaus.

Segundo registros públicos em sites de consulta jurídica, Frederico é ainda especialista em terapia intensiva, diretor médico da empresa Vida Goiás UTI Móvel, responsável técnico da Brasil Vida Aeromédico e diretor-executivo da Semprevida.

Essa multiplicidade de vínculos levanta suspeitas de possíveis conflitos de interesse e uso de pessoas interpostas em contratos que envolvem recursos públicos milionários da saúde no Amazonas.

Perguntas que seguem sem resposta

  • Quem são os responsáveis dentro da SES-AM por aprovar essas contratações com empresas de Goiás?
  • Como empresas como a Brasil Vida foram selecionadas para contratos milionários?
  • Existe ligação direta entre os gestores dessas empresas e dirigentes da OS AGIR Saúde, que também atua no estado?
  • Há favorecimento na escolha dessas empresas em detrimento de prestadores locais?
  • Frederico Dutra Oliveira acumula funções incompatíveis legalmente entre as empresas contratadas e subcontratadas?

Essas são questões que demandam apuração por órgãos como o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), a Polícia Civil e a Polícia Federal, dada a gravidade das possíveis irregularidades.

Confira o contrato a seguir

NOTA

A reportagem solicitou nota ao Governo do Amazonas questionando o relacionamento de seus administradores com empresas subcontratadas pela OS AGIR.

Até o fechamento da reportagem, não houve resposta.

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