O Senado aprovou, na última terça-feira (25), o projeto de lei que aumenta de 513 para 531 o número de vagas para deputados federais. A medida também afeta alguns estados brasileiros incluindo o Amazonas, que terá 6 novas vagas para deputados estaduais e mais duas para a Câmara Federal. O projeto pode impactar financeiramente em R$ 95 milhões por ano para a União, e em R$ 17 milhões para os cofres estaduais, além do impacto político e social.
No âmbito estadual, a criação de seis novos cargos na Aleam acarretará um aumento ainda mais expressivo. O custo mensal de um deputado estadual amazonense gira em torno de R$ 240.415,84, considerando o salário bruto, o cotão e a verba de gabinete.
Multiplicando esses valores pelos seis novos parlamentares, o custo mensal adicional será de aproximadamente R$ 1,44 milhão, o que leva a um impacto anual de R$ 17 milhões para os cofres do estado.
Já no contexto federal, o Amazonas terá 2 novas cadeiras das 18 que devem ser acrescidas no número de parlamentares da Câmara Federal.
Ao todo, os 18 novos deputados vão gerar despesas na ordem dos R$ 95 milhões, sendo destes, R$ 10,5 milhões referentes aos 2 novos deputados federais do Amazonas.
Impacto político e social
Buscando entender o novo cenário e quais outros impactos essa mudança pode causar, a equipe de reportagem entrevistou o cientista político Carlos Santiago, que comentou sobre como essa mudança afeta o convívio social e a forma que a política brasileira encara os reais problemas do país.
Com essa decisão, o Congresso Nacional mostra que está de costas para a sociedade. O Brasil possui um dos piores indicadores educacionais; a segurança pública é precária; o número de homicídios é alarmante; mulheres são mortas e violentadas diariamente; e a mobilidade urbana nos grandes centros e capitais é caótica. O país continua com um péssimo indicador de analfabetismo, mas enquanto isso, há facilidades dentro da administração pública para o cometimento de crimes de corrupção.
Carlos Santiago também pontuou que tal decisão visa garantir os objetivos pessoais e políticos dos parlamentares como um todo, buscando angariar fundos e recursos maiores que deverão onerar e inflar as máquinas federal e estadual.
Enquanto isso, os políticos só pensam em aumentar o número de parlamentares e os benefícios do cargo. Mais verba de gabinete, mais verba indenizatória e mais subsídios gordos para alimentar uma classe política com péssima qualidade. E isso não só tem impacto negativo, ainda mais para os políticos brasileiros, mas também vai onerar e trazer mais despesas para a máquina pública.
Por fim, Santiago chamou a atenção da sociedade para uma melhor análise no momento do voto, pois parte da responsabilidade sobre o ocorrido, segundo ele, é da população e dos “votos errados”.
O Congresso Nacional também é o reflexo do eleitorado que não tem agido com responsabilidade na hora do voto, nos últimos anos. A qualidade da classe política de um país é o reflexo das péssimas escolhas do eleitorado. Em 2026 haverá uma oportunidade enorme para os eleitores escolherem novamente os seus representantes, mas deve ser, acima de tudo, uma escolha objetivando o bem comum. Precisamos melhorar a qualidade dos políticos e da política brasileira.