Quinta-feira, 10 Julho

Dados do portal Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelam que os empresários Manoel de Souza Martins Filho, Hugo Omar Arevalo Orbe, Roney Max da Costa Pessoa e Alef Alioscha Andrade Maia, doaram juntos R$ 255 mil à campanha eleitoral de 2024 do atual prefeito de Coari, Adail Pinheiro.

Segundo registros da Receita Federal, todos eles são sócios da empresa Norte Soluções Serviços Médicos e Ambulatoriais Ltda.

Curiosamente, poucos meses após a eleição, essa mesma empresa teve três contratos aditivados e renovados com a Prefeitura de Coari, totalizando R$ 10.412.462 milhões. O que chama a atenção é a velocidade e o valor expressivo dessas renovações, justamente com uma empresa ligada a doadores diretos da campanha de Adail.

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Outro caso que levanta questionamentos envolve a empresa Mamoré Soluções em Saúde Ltda, conhecida pelo nome fantasia Hospital Leão de Judá.

Uma das sócias da empresa, Adria Elena Vigueaux Esteve, doou mais de R$ 60 mil via Pix para a campanha do prefeito.

Coincidentemente, ou não, a Mamoré também foi contemplada com seis renovações de contratos, que somam R$ 19.269.525 milhões.

Somando os valores aditivados para as duas empresas, a gestão municipal de Adail Pinheiro comprometeu quase R$ 30 milhões dos cofres públicos.

De acordo com a prefeitura de Coari os pagamentos realizados as empresas são para serviços médicos especializados, como atendimentos de urgência, emergência, cirurgias e consultas oftalmológicas, atendendo o Hospital Regional, a Secretaria Municipal de Saúde e alunos da rede municipal pelo Programa Saúde na Escola.

Questionamentos

Diante desses fatos, algumas perguntas inevitavelmente surgem: há critérios técnicos claros e públicos que justificam essas contratações? As licitações foram abertas e competitivas? Os contratos foram auditados? E, acima de tudo, até que ponto doações de campanha podem ou não influenciar decisões administrativas pós-eleição?

Nota

Procuramos a Prefeitura de Coari para esclarecer os casos, mas até o fechamento desta reportagem, não recebemos resposta.