A equipe de jornalismo do Portal Alex Braga realizou um levantamento dos patrimônios declarados pelos prefeitos de alguma cidades do interior do Amazonas, e descobriu situação inusitadas., deixando em dúvida como os que acumularam riqueza conseguiram ganhar tanto dinheiro atuando na política, e como caciques com duas décadas de mandatos declaram não ter um centavo nas contas.
Nomes conhecidos da política como o ex-prefeito de Rio Petro da Eva, Anderson Souza (sem partido), Tonho Santos (União Brasil), Anderson Cavalcante (PSB) e Augusto Ferraz (União Brasil), estão na lista. Assim como políticos de forte influência regional, como Denis Paiva (União Brasil), Adaildo Melo (União Brasil), Adail Pinheiro (Republicanos) e Ivon Rates (PSD).
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Os dados são públicos e foram retirados do site Divulgacand, onde políticos que disputam cargos eletivos são obrigados a declarar seus patrimônios.
Entre os que registraram o aumento, estão os prefeitos e ex-prefeitos, Ivon Rates (Envira), Anderson Cavalcante (Autazes), Adaildo Melo (Guajará) e Tonho Ferreira (Codajás).
Ivon Rates – Envira
O prefeito de Envira, Ivon Rates (PSD), apresentou nas eleições de 2004, que “há bens a declarar” o qual concorria a prefeitura no município na época. Após quatro anos, nas eleições de 2008, ele declarou um total de R$ 165 mil em bens.


Nas eleições 2012, ele diminuiu o seu total de bens no valor de R$ 64 mil. Dentro de quatro anos, nas próximas eleições de 2016, ele declarou R$ 304.460,85 (trezentos e quatro mil, quatrocentos e sessenta mil reais e oitenta e cinco centavos).


Assim como nas últimas eleições de 2024, ele apresentou um total de R$ 421 mil, um acréscimo de 60.81% desde sua primeira declaração.

Andreson Cavalcante – Autazes
O ex-prefeito do município de Autazes, Andreson Cavalcante (PSB), no início de sua carreira na política, na primeira disputa ao cargo de vereador, em 2004, ele não declarou nenhum bem.

Após 8 anos, em sua primeira disputa à cadeira da prefeitura de Autazes, ele declarou um total de R$ 177 mil. Em 2016, ele aumentou o seu patrimônio para um total de R$ 579.350,00 (quinhentos e setenta e nove mil, trezentos e cinquenta mil).


Em sua última disputa pela prefeitura em 2020, ele apresentou um patrimônio de R$ 1.139.918,77 (um milhão, cento e trinta e nove mil, novecentos e dezoito reais e setenta e sete centavos).

Adaildo Melo — Guajará
O prefeito do município de Guajará, Adaildo Melo (União Brasil), iniciou sua vida política como vereador no município, em 2004, quando concorreu pela primeira vez um lugar na Câmara do município. Nesse período, ele não apresentou nenhum bem a declarar.

Eleito como vereador no município, após quatro anos, na eleição seguinte, em 2008, apresentou um patrimônio total de R$ 75 mil. Nas eleições de 2016 e 2020, foi eleito como vice-prefeito na cidade, com a declaração total de bens de R$ 236 mil.



Atualmente, eleito como prefeito de Guajará, ele declara acumular mais de R$ 862 mil em bens.

Tonho Santos – Codajás
O prefeito de Codajás, Tonho Santos (União Brasil), em sua primeira eleição na disputa pela prefeitura do município, em 2016, ele declarou um patrimônio de R$ 730 mil. Na eleição seguinte, em 2020, eleito como prefeito, quase dobrou o seu patrimônio, com um total de R$ 1.248.800,00 (um milhão, duzentos e quarenta e oito mil, oitocentos reais).


Denis Paiva – Atalaia do Norte
O prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva (União Brasil), em 2004, em sua primeira eleição, em que disputou ao cargo de vereador no município. Ele declarou não haver nenhum bem. Nas eleições seguintes, em 2008, ele declarou um total de bens avaliado em mais de R$ 54 mil. Em 2016, após oito anos, ele aumentou significativamente o seu patrimônio, totalizando R$ 265 mil, um salto de quase 80% do valor declarado em 2008.


Atualmente, nas eleições de 2024, ele declarou o acumulo de propriedades em total avaliado em R$ 150 mil.

Entre os prefeitos, que declararam uma diminuição ou a ausência de bens para declarar, estão o ex-prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (sem partido); o prefeito de Iranduba, Augusto Ferraz (União Brasil); o prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva (União Brasil) e o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (Republicanos).
Augusto Ferraz – Iranduba
O prefeito de Iranduba, Augusto Ferraz (União Brasil), nas eleições de 2020, o qual concorria à prefeitura do município. Ele declarou um total de propriedades avaliado em mais de R$ 6,8 milhões.

Nas últimas eleições de 2024, ele apresentou um total de bens, avaliado em pouco mais de R$ 500 mil, um valor inferior em 1154.61% ao que foi declarado em sua primeira candidatura, em 2020.

Adail Pinheiro – Coari
O prefeito de Coari, Adail Pinheiro (Republicanos), em sua primeira candidatura, nas eleições de 2004, ele declarou não haver nenhum bem. Nas próximas o qual também foi vitorioso, em 2012, ele manisfestou ter em patrimônio 3 carros avaliados em um total de R$ 84 mil. Nas últimas eleições, que concorre a prefeitura, declarou novamente não ter bens a declarar no site do TSE.



Anderson Sousa – Rio Preto da Eva
O ex-prefeito de Rio Preto da Eva e atual presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Anderson Sousa (sem partido), declarou quando concorreu à prefeitura do município, em 2016, a ausência de bens. Da mesma, forma nas eleições de 2020, ele não apresentou não haver bens à declarar.


Diante disso, a situação abre margem sobre a legalidade e a transparência das informações disponibilizadas pelos políticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As declarações ainda levantam questionamentos sobre a moralidade da gestão dos políticos à frente das prefeituras.
RESPOSTA
A equipe de jornalismo do Portal Alex Braga tentou contato com os prefeitos e ex-prefeitos, pedir um posicionamento sobre as informações disponibilizadas no TSE. No entanto, até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para mais esclarecimentos.
