Segunda-feira, 20 Janeiro

O Núcleo de Investigação do Portal Alex Braga (PAB) traz, com exclusividade, mais uma polêmica envolvendo a Organização Social (OS) AGIR Saúde em seu período de transição para administrar o Hospital 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu, onde a instituição contratou quatro empresas de Goiás por mais de R$ 22,5 milhões para gerenciar os setores de Clínica Geral, Clínica Médica, Ortopedia e UTI das unidades.

No entanto, o que chamou atenção do Núcleo de Investigação do PAB foi a contradição nas contratações da empresa em relação às declarações do governador Wilson Lima em uma entrevista, nos últimos dias.

Em sua fala, Lima afirma que determinou que não fosse trazido ninguém de fora para trabalhar nas unidades do Complexo Hospitalar Zona Sul (CHZS). Confira abaixo.

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Mesmo com a “inquestionável determinação” de Wilson Lima para a valorização de profissionais locais, a OS AGIR Saúde contratou quatro empresas diferentes do Estado de Goiás pelo valor de R$ 22.716.774,80 (Vinte e dois milhões, setecentos e dezesseis mil, setecentos e setenta e quatro reais e oitenta centavos).

São elas:

  • Semprevida Medicina Intensiva Ltda. (UTI) – R$ 6.519.772,56;
  • Support Serviços Médicos Ltda. (Clínica Geral) – R$ 4.411.192,50;
  • H2 Tecnologia e Serviços Médicos Ltda. (Clínica Médica) – R$ 7.585.928,28;
  • Dalla Atendimento Hospitalar S.A (Ortopedia) – R$ 4.199.881,46.

As sedes das empresas acima estão todas situadas em Goiânia, capital de Goiás, ou em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana.

Será que o governo do Estado está sendo ignorado e desprezado pela OS AGIR Saúde da mesma forma que os profissionais locais? Seria o “feitiço virando contra o feiticeiro”?

Empresa local é contratada por trocados

Para a empresa Martins Procedimentos Cirúrgicos Ltda, localizada em Manaus, ficou encarregado o setor de oftalmologia do Complexo por apenas R$ 30 mil.

Seria este o preço da valorização de profissionais locais praticado pela OS goiana contratada pelo Estado do Amazonas?

Nossa equipe fez alguns cálculos e notou que o menor valor pago à uma das empresas goianas, que é o de R$ 4.199.881,46, corresponde a mais de 13.999% do valor pago à única empresa amazonense contratada.

Nota

Entramos em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde para questionar a contradição entre a fala do governador e as ações da OS AGIR Saúde, mas até o fechamento desta matéria não fomos respondidos.

Confira os contratos a seguir: