A gestão de Wilson Miranda Lima (União Brasil), pagou mais de R$ 741 milhões para a Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico Social (AADESAM), em 4 anos. A Agência é responsável por elaborar vários projetos para diversas instituições e Secretarias do Estado. Apesar de receber dinheiro público mensalmente, os gestores da AADESAM não prestam contas de como os recursos foram aplicados, pois se autodenominam “Serviço Social Autônomo”.
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Em 2019, logo quando assumiu a cadeira de governador, Wilson pagou quase R$ 67 milhões para AADESAM. Na época, quem presidia a Agência era o compadre do governador, Ezequias dos Santos, conhecido como Dr. Mike. Ele foi exonerado após ser acusado de cobrar propina de empresários usando o nome do vice-governador Carlos Almeida. Mesmo fora do governo, Mike continua transitando pelos corredores da sede do governo agindo em nome do Estado.
Denúncias recebidas pelo Núcleo de Investigação do Portal Alex Braga apontam que diversos contratos são firmados através da AADESAM com intuito de beneficiar financeiramente diversos políticos durante o período eleitoral. As informações reforçam que grande parte dos contratos firmados através da Agência são com amigos de deputados.
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Agência de milhões
Ao decorrer da gestão de Wilson, os repasses foram aumentando. Em 2020 foram repassados R$ 85 milhões e em 2021 foi enviado quase R$ 150 milhões. O maior pagamento foi feito no ano em que o governador concorreu à reeleição, tendo sido repassados R$ 437 milhões.
A soma de dinheiro enviado para AADESAM durante os primeiros quatro anos de administração de Wilson Lima ultrapassam a casa do R$ 740 milhões.
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Falta transparência
No site da Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico Social não é possível encontrar o detalhamento do recebimento e dos gastos realizados pela AADESAM. Apesar dos milhões recebidos dos cofres do governo do Amazonas, a Agência não deixa claro como foi investido e empenhado todo esse dinheiro que pertence ao povo amazonense.
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Outras denúncias
Em 2021, o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para denunciar várias irregularidades em ações da Agência, que vão desde a duplicidade de nomes aprovados em concursos públicos até falta de transparência em programas e projetos coordenados pelo órgão.
“Não pode uma entidade de Economia Mista ter contratos de forma direta com o poder público e receber mais de R$ 200 milhões sem nenhum contrato publicado em atenção à Lei da Transparência e ao decreto que obriga a publicação do Diário Oficial do Estado. Por isso, essa caixa-preta da Aadesam precisa ser aberta”, afirmou Wilker.
Wilker Barreto
Tribunal de contas
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) admitiu em 2021 uma representação de Wilker Barreto contra o governador Wilson Lima e o presidente da Aadesam, Nilmar Alves, com denúncias de supostas irregularidades em processos seletivos realizados pela Agência. Na época o deputado afirmou que, em processo seletivo, a Agência consumiu mais de R$ 250 milhões em três anos.
Nossa produção solicitou resposta do governo do Amazonas sobre a falta de transparência com o dinheiro enviado para a AADESAM, mas até o fechamento da reportagem não recebemos nenhuma reposta.
Solicitação de nota
“Bom dia, prezados
O Núcleo de Investigação do Portal Alex Braga está produzindo uma reportagem sobre a falta de transparência com os recursos públicos enviados para a Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico Social (AADESAM).
Ao todo, quanto o governo do Amazonas enviou para AADESAM entre 2023 e 2024?
Como é realizado a fiscalização da aplicação desse dinheiro?
Onde é possível ver os detalhes sobre contratos e demais destinações dos valores enviados à Agência?
Atenciosamente,
Portal Alex Braga”
