Manaus – Após a grande repercussão do caso que veio à tona no último sábado (28/09), onde secretários da alta cúpula do governo Wilson Lima (UB) reuniam-se em uma residência da família de Roberto Cidade (UB) denominada “QG do Crime” para articular ações de como ganhar a Prefeitura de Parintins e de Manaus, o Núcleo Investigativo do PAB foi ao centro da cidade saber o que diz a população sobre o caso.
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O que diz população sobre o caso envolvendo Wilson Lima
Diante de toda a repercussão local e nacional sobre o caso “QG do Crime“, que envolve a alta cúpula de secretário do governador Wilson Lima, o Núcleo Investigativo do PAB foi até o centro de Manaus, Zona Sul entrevistar a população sobre o caso.

Falta de respeito, Falta de confiança no governo e autoridades; Angústia; Tristeza; Máfia; Justiça; Abalo de confiança, essas são algumas das falas que a nossa equipe ouviu da população manauara que não acredita mais no governo gerenciado por Wilson.
Durante a entrevista a pergunta principal era: O que você acha sobre a impunidade do que foi chamado “QG do Crime” onde secretários do governo do Amazonas apareciam em um vídeo falando sobre como ganhar a Prefeitura de Parintins e Manaus?
“Falta de respeito com a população que apoia o Governo e deposita confiança no governo da cidade para acontecer uma coisa dessa, é falta de respeito com a população,” diz o primeiro entrevistado.
“Falta de respeito, pois a população deposita confiança nas autoridades achando que eles vão por aqueles que precisam, mas eles sempre olham por aqueles que mais favorecem eles“. disse.
“O sentimento é de desprezo, angústia, tristeza por que uma coisas dessas é muita falta de respeito“, finaliza.
Seguindo o padrão de pergunta nossa equipe entrevistou uma mulher e um senhor que passavam pelo local.
“Não é normal a falta de caráter dos políticos com as pessoas. Eu vejo meu dinheiro indo para o ralo“, revela.
“É a politica. Os homens uns querem mais que os outros e atrapalham o povo brasileiro. É um sentimento de tristeza ver toda essa máfia“, diz um outro senhor.
O poder está a cima da lei?
Perguntado para outros três entrevistados se a política e o poder está a cima da lei, todos seguiram o mesmo padrão de respostas.
“Ninguém está a cima da lei, se tiver algo ilegal precisa ser resolvido pela justiça.A justiça precisa ser correta para todos”, afirma um senhor.
“Os políticos ainda querem implementar as coisas em cima da gente. A Polícia Militar que era nossa base, que era quem a gente confiava não dá mais, abala a confiança do cidadão. Depois de todas essas noticias que vieram a tona a gente não consegue mais confiar. Isso só mostra o quanto o poder está cima da gente“, diz um jovem.
“Isso é triste [sic] pra nós que é cidadão que não tem em quem confiar. Os políticos sempre botando a gente por baixo e ficando por cima não tendo nenhum tipo de punição“, conclui.
Todos os entrevistados autorizaram o uso de imagem e voz.
Entenda sobre o “QG do Crime” de Wilson Lima
Um vídeo enviado de forma anônima para a coligação “Parintins em primeiro Lugar” do candidato Mateus Assayag (PSD), foi captado no dia 3 de agosto e vazado dia 28 de setembro revela a intenção do governador Wilson Lima e seus secretários em vencerem a eleição de Parintins a qualquer preço e eleger Brena Dianná (UB).
A reunião foi realizada na residência de Adriana Cidade (prima) do presidente da Assembleia e candidato a prefeito de Manaus, Roberto Cidade (UB) apoiado pelo governador Wilson Lima. Nas imagens captadas pela câmara de monitoramento, o presidente da Cosama, Armando do Vale, secretário de Cultura Marcos Apolo Muniz, secretário da Casa Civil, Flávio Anthony, Secretário de Administração Fabrício Barbosa, o comandante do 11º. Batalhão da Polícia Militar em Parintins, tenente coronel Francisco Magno Judiss e um oficial da tropa de Choque, combinam a realização de uma série de ações.
Os vídeos que somados tem mais de uma hora de duração, os participantes revelam as ações ilegais montado pelo grupo para favorecer sua candidata, a vereadora Brena Dianná. Nelas, eles deixam explícito a montagem de operações policiais empregando um contingente de 28 homens da tropa de choque para praticarem abordagens seletivas a pessoas partidárias do candidato Mateus Assayag.
Veja vídeo
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PF deflagrou operação contra os envolvidos
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (3), a Operação Tupinambarana Liberta, com o objetivo de combater crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, abolição do estado democrático de direito, utilização de violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral. O grupo suspeito de cometer crimes é liderado pelo governador Wilson Lima, que escalou seus secretários e usou a casa da família do deputado Roberto Cidade para montar o “QG DO CRIME”.
Armando do Vale, ex-diretor presidente da Cosama, e os ex-secretários Fabrício Rogério Cyrino Barbosa (Administração), Flávio Antony (Casa Civil) e Marcos Apolo Muniz de Araújo (Cultura) são investigados por supostos crimes eleitorais relacionados ao favorecimento da candidatura de Brena Dianná em Parintins.
Além dos ex-secretários, a operação da Polícia Federal também atinge o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, que agora é ex-Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano, e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, que integrava a Companhia de Operações Especiais (COE).

A reunião do último dia 3 de agosto na casa que pertence à família do candidato Roberto Cidade tornou-se conhecida no fim de semana, após o vídeo vazar mostrando uma trama para favorecer a candidata.
A operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus.
O objetivo da operação é desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol de uma candidatura na cidade de Parintins/AM. A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício de uma chapa concorrente à Prefeitura de Parintins.
Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do referido Município.

A Superintendência Regional da Polícia Federal providenciou, esta semana, o aumento do efetivo policial no município de Parintins visando garantir a segurança do pleito na cidade, bem como a liberdade da população para exercer livremente o direito democrático ao voto.
Sobre a investigação:
A investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal em 16/9/2024. Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades. Aliado a isso, foram colhidos indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol de uma candidatura à Prefeitura de Parintins. As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a um grupo político do município e também monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da Polícia Federal.
Em data recente, jornais publicaram vídeos que demonstram autoridades públicas articulando para influenciar diretamente nas eleições da cidade de Parintins, mediante diversas condutas escusas e formas ilegais de atuação.
A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar no Estado do Amazonas no acompanhamento da execução em face dos policiais militares envolvidos.
O nome da Operação decorre do termo utilizado atualmente pelos moradores de Parintins, chamando-a de “ilha Tupinambarana, a ilha da magia”, fazendo referência a região que foi habitada por diversas etnias indígenas, dentre elas os Tupinambás. O município é conhecido por situar o Festival Folclórico de Bois Bumbás, Garantido e Caprichoso. A Operação da Policia Federal visa garantir o livre exercício do voto no Município.
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Wilson exonera secretários mas salva Flávio Antony e Vanderlei Alvino
O governador do Amazonas Wilson Lima (UB), exonerou ontem (02), os ex-secretários Fabrício Rogério Barbosa (Administração), Marcos Apolo Muniz de Araújo (Cultura e Economia Criativa), e o ex-diretor da Cosama, Armando do Vale. Porém, salvou da lista o secretário Flávio Antony (Casa Civil) que estava presente na reunião que teve vídeo vazado e Vanderlei Alvino (Diretor-Presidente do Idam), este casado com Adriana Cidade (proprietária da residência onde foi denominado “QG do Crime”).
As exonerações ocorreram em meio a investigações que seguem sob responsabilidade da Justiça.
Wilson Lima, salvou os dois aliados da exoneração e de serem alvos da Polícia Federal, Flávio Antony e Vanderlei Alvino.

Ambos são secretários de Estado e possuem ligações com o vídeo amplamente divulgado no último sábado (28/09), Antony por aparecer nas imagens e ser chefe da Casa Civil e Alvino por ser diretor do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e marido de Adriana Cidade (prima do deputado estadual Roberto Cidade) e proprietários da residência onde eram realizados os encontros e reuniões do “QG do Crime“.
Os dois não foram citados na nota oficial do Governo do Amazonas referente as exonerações dos secretários, emitida na quarta-feira (2).
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