Terça-feira, 22 Abril

Filho de juíza, neto de desembargador e enteado de conselheiro do TCE, Amom Mandel está tentando ligar a trajetória dele aos pobres de Manaus. Andou dizendo no debate que se lembra de morar em rua esburacada, quando tinha 5 anos e, pelo visto, já era precocemente preocupado com asfaltamento de vias públicas. Que memória boa!

E tem mais sofrimento na vida do parlamentar.

Desde que entrou na vida pública, destaca que tem doenças graves que lhe causam medo de morrer. Também escolheu um site de alcance nacional para revelar ao mundo que é autista. Esperando a solidariedade da população, com uma vida de tantos desafios, Amom exibe seu sofrimento nesta campanha, enquanto sorri com seus dentes branquíssimos, bem diferente do sorriso bangela do povo que não tem direito a se sentar numa cadeira de dentista.

Gente como a gente, Amom publicou hoje na rede social que está sendo chamado de “corno, gay e sem formação”. Mas povão do que esses termos, impossível. Ah, Amom, tá bom Você é um perseguido mesmo.

Amom, pare!

Se um pobre tiver uma doença grave no Brasil, e depender do SUS, muito provavelmente vai enfrentar uma fila interminável, ver o problema agravar e morrer sem atendimento adequado.

Amom, você não é igual a pobre.

Diferentemente de você, o pobre passa a vida toda lutando contra a falta de escola, medicamento, segurança e, jamais, nunca mesmo, terá direito ao salário exorbitante com direito à moradia, passagens e assessores que você tem.

Se fazer de “vítima da sociedade”, para se parecer com pobre, é uma tática da velha política. Aquela que você diz abominar.

Amom, pare enquanto ainda dá tempo.