A semana na Câmara Municipal de Manaus (CMM) começa com uma enxurrada de críticas e indagações ao presidente da Casa, vereador Caio André (Podemos), que mandou encomendar um estudo para aumentar de 6h para 8h a jornada de trabalho dos servidores, e ainda vai cortar o vale refeição de quem não aceitar o novo regime.
O estudo pode resultar no fim do dou auxílio de R$1.468,11 pagos aos servidores que não concordarem com o aumento da jornada.


“Aos servidores que já estão na CMM, caso o estudo seja aprovado, a jornada poderá ser adotada. Aqueles que continuarem em jornada de 6 horas não terão mais direito ao auxílio alimentação”, diz nota do vereador.
Caio André determinou a criação de uma comissão para viabilizar a mudança. Uma servidora da Casa que pediu anonimato disse que a medida causou estranheza. Além de não consultar os servidores, ela lembra que o vereador não tomou nenhuma medida contra os vereadores faltosos, que só têm sessões três vezes por semana. “Estão chamando ele de pequeno ditador”.
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E o salário, vereador Caio André?
Nesta segunda-feira o vereador Sassá da Construção Civil (PT) perguntou ao presidente da CMM se o aumento da jornada virá acompanhado de aumento de salário.
“E quero perguntar à Vossa Excelência, com todo respeito, sobre a carga horária [jornada de trabalho] dos funcionários aqui da Casa, se esses funcionários da Casa, se aumentar a carga horária, vai aumentar o salário deles também? Ou se vai ter o salário mantido?”.
Caio ignorou a pergunta

NOTA DO VEREADOR
“Em relação à criação de Comissão para realizar estudos para possível alteração da jornada de trabalho de 6 para 8 horas diárias, com intervalo de 2 horas para almoço, publicado no Diário Oficial do Legislativo Municipal desta sexta-feira (08/03), a Câmara Municipal de Manaus ressalta que o cuidado com a coisa pública passa, necessariamente, pelo zelo com a eficiência dos serviços públicos e pela diversidade de operadores destes serviços.
Por isso, existe a necessidade de se manter uma qualidade satisfatória quando da execução das funções públicas, melhorando, também, o atendimento à população, e equiparando a jornada a outros entes públicos.
A Comissão foi constituída com a finalidade de apresentar um relatório de viabilidade para alterar a jornada de trabalho dos seus servidores, visando, também, o novo concurso.
Aos servidores que já estão na CMM, caso o estudo seja aprovado, a jornada poderá ser adotada. Aqueles que continuarem em jornada de 6 horas não terão mais direito ao auxílio alimentação.
Em relação ao detalhamento da carga horária, este somente poderá ser determinado após a conclusão do estudo.
O objetivo da alteração é trazer eficiência ao serviço público prestado pela CMM.”