Quarta-feira, 3 Julho

A secretária da Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau), Cecília Lorenzon, precisou de uma ‘cotinha’ para pagar a conta de uma multa. A arrecadação em prol da secretária foi promovida por Bruno Uchôa, acusado pela Polícia Civil e Ministério Público de fazer parte de uma organização criminosa. A denúncia será encaminhada para a Polícia Federal e um pedido deve quebrar o sigilo das pessoas que contribuíram na cota.

A multa, no valor de R$ 4.714,00 (quatro mil, setecentos e quatorze reais) oriunda do mandado de intimação nº 456/2023, do Processo SEI nº 001040/2020, aplicada pelo Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE-RR), por DESCUMPRIMENTO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA 002/2016, foi publicada no Diário Eletrônico no dia 18/05/2023.

Para reunir o montante, um grupo no whatsapp foi criado por Bruno Uchoa, que determinou a administração e recebimento dos valores em Pix, a Igor Gustavo Dias, membro da CSL da Sesau. Outra pessoa, chamada Crisna, determinou que cada pessoa deveria pagar R$ 296,00 à conta de Igor. Ela pede ainda que os comprovantes sejam enviados no grupo.

Na lista, 15 pessoas confirmam o pagamento do valor. De acordo com a determinação do pagamento por pessoa, soma-se o total de R$ 4.440,00, faltando ainda R$ 274,00 para o valor da multa. Ao final, os pagantes celebram com “A união faz a força”.

O pagamento da multa de Cecília Lorenzon foi realizado na última quinta-feira (31/08), por Igor Gustavo M Dias, conforme indica comprovante bancário protocolado no TCE-RR.

Apesar de ter criado o grupo no aplicativo de conversas para arrecadar o valor, os nomes de Igor e Bruno Uchôa não aparecem da lista de pagantes compartilhada a todos.

Bruno Arnaldo Uchôa de França, é conhecido por ser um grande amigo da secretária de saúde Cecília Lorenzon e ocupa a Presidência da Comissão Setorial de Licitação da Sesau. Uchôa foi investigado pelo Ministério Público de Contas por suspeita de irregularidades em um contrato milionário.

Em 2020, o Ministério Público de Roraima (MPRR) denunciou oito funcionários da Coopebras por suspeita de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Na ação, constavam os pedidos de prisão preventiva de Bruno.

No processo é citado que Bruno era funcionário da Coopebras e que assumiu a presidência da CSL para interferir favoravelmente por algumas empresas, dentre elas, a própria Coopebras.