O Estado de Roraima está sendo o centro de escândalos volumosos que envolvem principalmente a saúde pública. As denúncias recentes apontam uma rede de amizades e interesses que estão presentes na cúpula do Governo.
Uma operação dos Auditores Fiscais do Trabalho, resgatou 29 homens em trabalho análogo à escravidão, no município de Amajari. No local, eles encontraram armas e munições, em poder do gerente, e os objetos foram apreendidos pela Polícia Federal.
Segundo informações apuradas pelo Portal Alex Braga e Sem Mordaça da TV Band Roraima, a fazenda de grande porte onde ocorreu a operação é de um empresário muito conhecido do Governador Antonio Denarium.
Conhecido por possuir muitas posses e influência em Roraima, o empresário Disney Mesquita é apontado como o proprietário da fazenda, que foi o foco da operação da Justiça do Trabalho, que identificou a ação desumana realizada em duas fazendas vizinha que pertencem ao empresário.
Disney é conhecido por ser um amigo inseparável do governador Antonio Denarium, já tendo atuado como chefe da Casa Civil no Governo do Estado. No ano passado, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Jalser Renier (SD), denunciou que o pai de Disney, Dismar Freitas de Mesquita, e o filho Rodrigo Fernandes Mesquita recebem R$ 17 mil, cada, em cargos na assessoria especial da presidência.
Os trabalhos em situação de escravidão foram encontrados trabalhando na construção de pontes e abertura de estradas vicinais, enquanto outro exercia trabalho de pecuária bovina.
Eles dormiam no curral, local totalmente impróprio para habitação humana, cercados por fezes de animais, como porcos, galinhas e cavalos.
Outra parte, dormia em galpões, em meio a ferramentas, máquinas, produtos químicos e materiais de construção. O local onde pernoitavam não tem paredes, proteção contra vento, chuva ou ataque de animais.
O que choca a população, é que um empresário tão rico e tão conhecido, estaria tratando os funcionários de forma desumana. Sem local adequado para dormir, comer ou realizar suas necessidades sanitárias.
Na última sexta-feira (24), a Superintendência Regional do Trabalho em Roraima concluiu o processo de reparação de direitos e o fazendeiro deverá pagar R$ 330 mil em verbas salariais e rescisórias, além de danos morais a cada homem resgatado. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), informou que os trabalhadores não tinham registro formal e atuavam sem condições de saúde e segurança.
A equipe de reportagem do Portal Alex Braga e Sem Mordaça da TV Roraima vão continuar investigando e acompanhando esse caso de perto, conversando com amigos, vizinhos e com os trabalhadores resgatados.