Uma investigação em curso pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF), lança uma sombra de suspeita sobre a Secretaria Municipal de Educação de Borba (Semed). Denúncias baseadas em documentos oficiais, obtidos com exclusividade pelo Portal Alex Braga (PAB), apontam que servidores pagos com recursos do FUNDEB teriam sido desviados de suas funções educacionais para atuar na fabricação de material para a campanha política da vereadora Jessica Querolin, em 2024.
O episódio ganha contornos ainda mais graves ao considerar que, na época, Jessica Querolin, então Secretária de Educação, teria indicado Ilana Tamires Gomes para assumir a pasta, permitindo que ela se dedicasse integralmente à sua campanha eleitoral, objetivando benefícios obtidos com essa transição de poder.
Documentos revelam uso do Fudeb em campanha
Um memorando assinado pela atual Secretária de Educação, Ilana Tamires Gomes – que sucedeu Jessica Querolin na gestão da pasta –, direcionado ao ex-prefeito Simão Peixoto Lima, detalha o “Resumo Mensal de Frequência dos Servidores FUNDEB 70%” referente a setembro de 2024.

A análise deste documento, que deveria registrar as atividades regulares dos profissionais em suas funções pedagógicas e administrativas na Secretaria de Educação, revela um outro cenário.
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Salários custeados pelo Fundeb
Muitos dos servidores listados, cujos salários são custeados pelo FUNDEB, apresentaram registros de trabalho em “Comitês“, especificamente na “confecção de bandeiras“. Essa descrição sugere, inequivocamente, um envolvimento direto em atividades de campanha eleitoral.
Confira os documentos




O uso de verbas federais destinadas à educação para financiar atividades de natureza político-partidária configura um crime grave, passível de severas sanções. A situação se torna ainda mais complexa com a constatação de que servidores estatutários, como José Roberto Marques Ribeiro e Georgiana Paz Pinto, estariam em regime de cessão ou à disposição direta do ex-prefeito Simão Peixoto Lima.
Essa prática, caso confirmada, configuraria um claro desvio de função, onde profissionais concursados são alocados para atividades não condizentes com seus cargos, muitas vezes em benefício de interesses políticos.
Órgãos fiscalizadores
Diante das evidências apresentadas nos documentos, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já foram notificados e iniciaram as apurações. A expectativa é que as investigações aprofundem a análise dos fatos, identifiquem os responsáveis e garantam que os culpados sejam devidamente punidos.