Médicos responsáveis por ultrassonografias nas maternidades estaduais do Amazonas anunciaram uma paralisação nesta quinta-feira (11) em protesto contra atrasos salariais que já chegam a cinco meses, referentes aos meses de julho a outubro de 2025. A decisão foi tomada após reunião emergencial do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas (SIMEAM), na Av. Profa. Cacilda Pedrosa, bairro Alvorada, em Manaus.
O orçamento do governo estadual para a saúde em 2025 está estimado em R$ 4.016.320.000,00, valor que supera em quase R$ 100 milhões o mínimo constitucional exigido para a área, que é de R$ 3.112.793.000,00. Apesar disso, os profissionais relatam que não receberam salários e enfrentam dificuldades para manter atendimento de qualidade à população.
Em entrevista a um portal local, o Dr. Marcos, representante dos médicos, afirmou que a situação compromete o trabalho dos profissionais e o atendimento humanizado nas maternidades.
“Os médicos querem trabalhar, mas não têm condições de prestar um atendimento adequado porque estão preocupados com suas casas e necessidades básicas”, disse.
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Em meio à crise, o governador Wilson Lima (UB) preferiu ignorar os apelos e usar o anúncio em seu perfil no Instagram de que a segunda parcela do 13º salário está sendo depositada para servidores do Estado. Mas os médicos afetados seguem sem pagamento.
O SIMEAM aponta que a paralisação visa cobrar o cumprimento dos direitos trabalhistas e questiona o possível desvio de finalidade de recursos destinados aos contratos de ultrassonografia. A mobilização ocorrerá em frente à Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), nesta quinta-feira, envolvendo profissionais de todas as maternidades estaduais.
NOTA
O Núcleo do Reportagem Investigativa do Portal Alex Braga entrou em contato com o Governo do Amazonas para falar sobre a paralização, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
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