O governo do Amazonas, comandado por Wilson Lima (UB), desde 2019, já destinou um total de R$ 1,16 bilhão à pasta de Segurança Pública do Estado (SSP-AM), segundo dados divulgados pelo próprio governo. Porém, a realidade assistida por 4,3 milhões de habitantes no Estado, é completamente diferente da publicada nas redes sociais do governador.
Confira
Somente ao Programa Amazonas Mais Seguro, foi destinado um valor global de R$ 525 milhões, inicialmente o projeto foi orçado em R$ 280 milhões, porém recebeu adicionais.
Os dados estão disponibilizados no Portal da Transparência do Amazonas.
Os dados enchem os olhos de quem ler a notícia, porém a realidade é outra. O Amazonas, com tantos recursos destinados a Segurança, é um estado completamente entregue a bandidos. Assaltos, caos e cobranças feitas pela população, mostram que o investimento é mesmo ‘que nada’.
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Anuário de Segurança Pública desmascara Wilson Lima
Em julho deste ano, foi divulgado dados do Anuário de Segurança Pública do país. Segundo o relatório, Manaus ocupa o sétimo lugar no ranking das capitais mais violentas do Brasil e é a terceira capital mais violenta da região Norte.
Com uma taxa de 32,3 mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes, a capital amazonense supera a média nacional, que é de 20,4%. A Segurança Pública é uma responsabilidade do governo Wilson Lima, que enfrenta crises seguidas na Pasta.
Segundo o levantamento, realizado entre 2023 e 2024, Manaus registrou um total de 1.694 mortes violentas intencionais. Somente em 2024, foram mais de 730 crimes dessa natureza, o que confere à capital do Amazonas um percentual de mortes violentas a cada 100 mil habitantes 12% maior que a média nacional.
Os números refletem a insegurança vista nas ruas da capital amazonense, onde, todos os dias, são registrados inúmeros homicídios, muitos deles resultado dos conflitos entre facções criminosas que atuam no estado. Sob o comando de Wilson Lima, o governo do Amazonas — responsável legítimo pela Segurança Pública do Estado — tem mostrado uma gestão omissa e despreparada para enfrentar essa crise na segurança, que se arrasta ano após ano.
A população, por outro lado, se vê refém em meio ao avanço da criminalidade na capital e em todo o estado. Tendo que cumprir suas obrigações diárias, os cidadãos saem às ruas com medo e incerteza se voltarão bem ao final do dia, pois a violência está onde menos se espera.
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Concursados são esquecidos pelo governo
Um episódio recente chamou atenção nas redes sociais e mais uma vez, Wilson Lima demonstrou que os concursados da Segurança não são prioridade em sua gestão.
Em meio ao lançamento da Operação Natal Mais Seguro 2025, o governador foi surpreendido por uma cena que desmontou seu discurso de eficiência na Segurança Pública. Enquanto posava ao lado de policiais e acenava para as câmeras, uma candidata aprovada no concurso da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) se aproximou chorando, o abraçou e implorou:
“Pelo amor de Deus, me chama! Eu te peço, eu te imploro, eu não aguento mais essa luta!”
O episódio, registrado em vídeo e amplamente compartilhado nas redes sociais, escancarou o sofrimento e a frustração de mais de 1.700 aprovados que aguardam há três anos pela convocação prometida. Para muitos, a cena resume o que se tornou a marca do governo Wilson Lima: muito marketing, pouca ação e um abismo entre discurso e realidade.
Veja o vídeo
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Chamamento ficou somente na promessa
O concurso da PM-AM, realizado em 2022, já completou três anos. Durante esse período, os aprovados passaram por todas as etapas exigidas, provas, exames médicos, testes físicos e psicológicos , e aguardam apenas o chamado para o curso de formação. Mas o governo segue em silêncio.
“O senhor está saindo do governo futuramente. O que o senhor vai fazer por esses 1.700 aprovados que não foram chamados ainda?”, questionou um dos candidatos durante o evento.
A resposta de Lima foi evasiva, quase burocrática:
“Eu tenho mais um ano e meio de governo. Pretendo convocá-los, mas ainda não tenho data. Fiquem tranquilos.”
Em seguida, o governador tentou justificar a demora com o argumento de sempre: “limites orçamentários e responsabilidade fiscal”, alegando que só poderá chamar novos policiais “quando houver espaço no orçamento”.
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Nota
Com esses questionamentos, a equipe de jornalismo do Portal Alex Braga (PAB), tentou contato com o Governo do Amazonas, para pedir esclarecimentos e um posicionamento sobre a situação.
Até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta. O espaço continua.
