Terça-feira, 28 Outubro

Um vídeo publicado nas redes sociais pelo empresário Neto Lins neste domingo (26) expôs os atrasos nos pagamentos a empresas terceirizadas que prestam serviços à saúde pública do Amazonas. Nas imagens, Lins anuncia a venda de uma caminhonete SW4 Hilux “impecável”, alegando que o valor arrecadado será destinado ao pagamento de funcionários de suas empresas que atuam em unidades estaduais de saúde.

“SW4 com 20 quilômetros rodados, impecável. Motivo da venda: a Susam não me paga, está me dando calote e eu preciso pagar meus funcionários”, declarou o empresário.

Publicação do empresário

A declaração não apenas revela a fragilidade financeira das empresas contratadas, mas também levanta sérias questões sobre a pontualidade dos repasses por parte da Secretaria de Saúde do estado, sob responsabilidade do governo do governador Wilson Lima (União Brasil).

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Outras denúncias e risco à população

A denúncia ganhou ainda mais repercussão após a manifestação do ex-gerente de Hospitais e Fundações da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Michael Lemos. Segundo Lemos, empresários e servidores terceirizados estariam considerando uma paralisação em massa devido aos atrasos salariais, que já ultrapassam três meses.

Caso esses atrasos se mantenham, o funcionamento dos hospitais e o atendimento à população poderão ser diretamente comprometidos. Além disso, a demora no pagamento coloca em risco o cumprimento do décimo terceiro salário, direito garantido por lei aos trabalhadores contratados sob o regime CLT.

Publicação ex-gerente da Ses

Lemos também criticou a narrativa apresentada pelo governo estadual sobre a saúde pública. Segundo ele, o governador Wilson Lima divulgou imagens “distorcidas” da realidade do setor, incluindo comparações entre o Hospital Delphina Aziz, em Manaus, e o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, referência nacional em atendimento de alta complexidade.

NOTA

O Núcleo de Reportagem Investigativa entrou em contato com SES-AM para falar sobre a situação, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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