Terça-feira, 28 Outubro

Uma tragédia familiar expôs mais uma vez a precariedade da saúde pública em Ipixuna, sob a gestão da prefeita Paula Augusta (PSDB). Nesta segunda-feira (27), um bebê prematuro morreu no Hospital Municipal Maria da Glória Dantas de Lima após o parto, em um caso que a família classifica como negligência. Após nascer, a criança chegou a ser colocada em uma tampa de bolo descartável como improviso, já que os profissionais não sabiam ligar a incubadora.

A mãe, Francisca Saira Souza da Silva, estava com cerca de sete meses de gestação e chegou ao hospital por volta das 10h da manhã. Segundo relatos da tia de Francisca, que preferiu não se identificar, ao ser avaliada, a mesma já apresentava quatro centímetros de dilatação. Mesmo cientes de que o bebê era prematuro, os profissionais de saúde não providenciaram transferência imediata para uma unidade com estrutura adequada.

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O parto aconteceu às 14h, e, segundo a família, era o primeiro filho de Francisca. “Eles sabiam que a criança seria prematura, mas não fizeram nada. Depois que nasceu, tentaram manter o bebê vivo com um improviso feito com uma tampa de bolo descartável, porque ninguém sabia ligar a incubadora. Ela passou a noite assim e morreu às 5h da manhã seguinte”, relatou a tia da criança.

A família afirma que havia tempo e recursos para transferir o bebê a um hospital com UTI neonatal, mas a unidade local não tomou nenhuma providência. Quando questionada, a direção do hospital teria dito que, se o bebê resistisse, poderia ser transferido no dia seguinte, decisão que acabou sendo fatal.

Moradores e familiares denunciam não apenas a falta de equipamentos essenciais, mas também a ausência de profissionais capacitados para lidar com emergências neonatais. “É revoltante pensar que uma vida tão pequena se perdeu por falta de estrutura e negligência. Recursos existem, mas não foram usados”, desabafou uma moradora.

NOTA

O Núcleo de Reportagem Investigativa do Portal Alex Braga entrou em contato com a prefeitura de Ipixuna para falar sobre o ocorrido, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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