Quinta-feira, 10 Julho

Um levantamento realizado no Portal da Transparência revela que o Governo do Amazonas desembolsou mais de R$ 13 milhões, nos últimos três anos, em pagamentos de aluguel ao Shopping Manaus Via Norte, localizado na zona norte da capital.

O centro comercial abriga unidades de órgãos públicos como a Secretaria de Estado de Infraestrutura (SEINFRA), Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC), Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM).

Confira os pagamentos abaixo:

Qual motivo de gastar milhões em Shopping?

Mas por que o governo mantém tantos órgãos estaduais em um shopping center? Seria essa a opção mais econômica e eficiente para a administração pública?

De 2019 para cá

Desde o início da gestão do governador Wilson Lima (UB), em 2019, até 2025, o valor total pago ao shopping já ultrapassa R$ 29 milhões, recursos públicos destinados à locação de espaços que, até agora, não tiveram seu custo-benefício claramente justificado.

Os proprietários do empreendimento, segundo dados da Receita Federal, são Andrea Melo Moutinho da Costa, Ricardo Comte Telles de Souza Pinheiro e Angel David Ariaz. Curiosamente, reportagens locais apontam que um dos sócios tem laços familiares com um dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM). Órgão responsável por fiscalizar a legalidade dos gastos públicos.

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Mais contratos

O caso do Shopping Via Norte não é isolado. Em julho de 2024, a SEJUSC também renovou um contrato de R$ 1,7 milhões com o Manaus Shopping São José Ltda. A publicação no Diário Oficial menciona vigência de 24 meses com previsão de reajustes, mas não esclarece quantas salas foram alugadas, nem a finalidade exata da locação.

Faltam transparência e justificativas públicas: por que o Estado tem optado por instalar secretarias em shoppings privados, em vez de usar prédios próprios? Os valores pagos são compatíveis com os preços de mercado?

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Nota

A reportagem solicitou nota de esclarecimento ao governo do Amazonas, mas até o fechamento desta reportagem, não obtivemos resposta.