Quinta-feira, 20 Março

Aliado do governador Wilson Lima, o deputado federal Alberto Neto (PL) foi às redes sociais criticar a falta de Leis para combater crimes como os foguetórios promovidos há cinco anos pelo Comando Vermelho em Manaus. O ex-policial não explicou no vídeo, porquê, mesmo já no segundo mandato de parlamentar pautado pela segurança pública, não apresento um Projeto de Lei para mudar esse quadro.

“Quem age a favor do crime precisa ser punido, e esses infratores devem ser identificados e responsabilizados”, diz o deputado no vídeo. Alberto Neto foi apoiado pelo grupo político do governador Wilson Lima, ano passado, e até hoje não cobrou do Governo do Amazonas que chame os mais de 2 mil aprovados no concurso público da Segurança Pública.

Leia mais: Omar Aziz expõe Alberto Neto e diz que ele “traiu” a Zona Franca de Manaus

Ao contrário, gravou vídeo com o governador para prometer benefícios que jamais foram concretizados, expondo o uso político da pauta.

Nesta segunda-feira (10), o Comando Vermelho promoveu mais de 30 minutos de queima de fogos para “comemorar” o aniversário da facção. A celebração foi anunciada nas redes sociais, mas não foi detectada pela inteligência da Secretaria de Segurança Pública.

Deputado denunciado por policiais

Capitão Alberto Neto (PL) foi denunciado ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por enriquecimento ilícito, ato de improbidade administrativa, crime contra a administração pública, peculato de uso e crime eleitoral. As associações de Praças do Estado do Amazonas (APEAM) e dos Militares do Estado do Amazonas (AMAM) foram os responsáveis por assinar e protocolar a denúncia no órgão.

Segundo Gerson Feitosa e o coronel Claudemir dos Santos Barbosa, presidentes da Apeam e Amam, respectivamente, Alberto Neto pode ter cometido os supostos crimes após receber R$ 177 mil de forma indevida como Major da Ativa da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) por 8 meses mesmo já sendo deputado federal, o que ocasionou o acúmulo de salários que ultrapassou o teto, que é o subsídio de um ministro do STF.

AMAZONAS E A VIOLÊNCIA NO GOVERNO WILSON LIIMA

Homicídios em plena luz do dia, arrastões nas ruas e nos ônibus, queima de fogos promovida por traficantes, roubos, sequestros, corpos esquartejados e até assalto à delegacia. O cardápio indigesto da segurança pública desastrosa do governador Wilson Lima (UB) é farto.

LEIA MAIS: Governo Wilson Lima leva goleada dos bandidos, mas recebeu R$ 42,5 milhões para Segurança Pública

Pode ser visto todos os dias e transformou-se em notícia internacional: Manaus é oficialmente, desde maio deste ano a capital mais violenta do País.

Além disso, um traço que é velho conhecido do governo de Wilson Lima emoldura o cenário: a suspeita de corrupção.

PF E MP NA PORTA DA SSP

Wilson Lima não só deixou os amazonenses no fogo cruzado, mas também viu sentado na cadeira de sua confortável sala, no Palácio do Governo, a chegada da Polícia Federal à cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). Pesam sobre a gestão do governador sérias acusações de crimes praticados dentro da pasta que deveria combater bandidos.

Além disso, de acordo com a Polícia Federal, formou-se uma quadrilha no mais alto escalão.

“Um grupo de pessoas ligado à pasta teria se estruturado de forma ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem mediante a prática de infrações penais”, destaca a PF.

Ministério Público do Amazonas também aponta crimes praticados pelos homens escolhidos diretamente pelo governador, que assim como ocorreu na pandemia, vê seu governo acusado de corrupção, repetindo na Segurança as denúncias ocorridas na Saúde. Entretanto, sem nenhum sinal de que as investigações abalem suas pretensões políticas.

“A ‘Operação Comboio’ representa um esforço em combater a corrupção e a criminalidade organizada”, dentro da SSP-AM, afirma o MP.

A operação mirou o então Secretário de Segurança, o mais alto posto da SSP-AM. Em agosto do ano passado, a PF bateu na porta do general Carlos Alberto Mansur. Na lista estavam, ainda, o filho dele e mais quatro servidores da Secretaria.

Wilson segurou o secretário, porém, a pressão foi tão grande, que ele se viu obrigado a “jogar o aliado ao mar” e trocar o comando.

A MANAUS DE WILSON LIMA É A MAIS PERIGOSA DO BRASIL

A série de desmandos e suspeitas que mancham de sangue a história do governo Wilson Lima agora está oficialmente catalogada. A ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal publicou em maio deste ano o vergonhoso ranking das cidades mais violentas do mundo.

Manaus, é a campeã nacional. Em nenhuma outra capital o cidadão é mais ameaçado por bandidos do que os manauaras.Conselho Cidadão para a Segurança Pública

Sendo assim, a triste marca deixa a “Paris dos Trópicos” com uma péssima fama internacional: Wilson Lima transformou Manaus na 27ª cidade mais perigosa do mundo.

A taxa de 47.16 homicídios por 100 mil habitantes, colocou a cidade na mesma prateleira de Cali, na Colômbia, Colima, no México e Puerto Príncipe, no Haiti.Conselho Cidadão para a Segurança Pública