Cerca de 50 pessoas se reuniram em frente a um edifício, localizado no bairro Adrianópolis, na Zona Sul de Manaus, para manifestar contra o Estado do Amazonas, alegando negligência e irresponsabilidade da Secretária de Saúde do Estado (SES-AM) no tratamento de duas crianças mortas após atendimento em hospitais da capital.
Duas mães falaram com a nossa equipe e relataram o ocorrido com seus filhos.
Primeira mãe
Uma delas contou que o filho de apenas nove anos deu entrada no hospital Joãozinho com dores abdominais e vômito. A mãe relata que, após dar entrada na enfermaria da unidade, seu filho contraiu pneumonia e teve suas dores diagnosticadas erroneamente como apendicite.
No entanto, exames apontaram que o pequeno de nove anos não tinha apendicite, mas sim um corpo estranho em seu organismo, que foi retirado muitos dias depois.
Ela relata, ainda, que a cavidade da criança ficou aberta e chegou a ter sangramento e vazamento de fezes pela cicatriz da cirurgia, vindo a óbito três meses após dar entrada, falecendo três dias após o seu aniversário.
Segunda mãe
A mãe de um bebê de dois meses disse à nossa equipe que perdeu seu filho após negligência da equipe médica que os atendeu no Joãozinho.
Segundo ela, seu filho foi atendido na emergência em estágio de sofrimento respiratório, encontrando-se com a pele em tom arroxeado. A mãe relatou que foi realocada mais de três vezes entre os setores de emergência e atendimento comum, pois ninguém queria se responsabilizar pela criança.
Ainda segundo ela, o bebê foi admitido e internado, passando por maus cuidados, sendo furado várias vezes até ter uma veia encontrada para acesso de soro e medicamentos.
No entanto, era tarde demais. A mulher relatou que, quando tudo parecia estar bem, ela saiu por um momento para tomar café e se recompor, mas foi surpreendida com a notícia da morte da criança assim que deixou o quarto em que o bebê estava internado.
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