Esta semana eu gostaria de desejar Feliz Natal para todos os amazonenses, mas seria hipocrisia. Como desejar Feliz Natal num Estado onde mais de 42% da população vive em insegurança alimentar?
Como as famílias de Manaus terão um feliz Natal, se moramos na capital mais violenta do Brasil? Como desejar Feliz Natal, se nesse momento há mães, pais, filhos e avós nos corredores dos hospitais públicos de Manaus superlotados?
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Como desejar feliz Natal sabendo que médicos foram despejados do 28 de Agosto com três meses de salários atrasados?
Eu queira muito que as famílias amazonenses tivessem o amparo, o apoio e a assistência que esse estado tão rico pode oferecer.
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Mas isso está bem longe da nossa realidade.
Fome, violência e péssimo serviço de Saúde. O Natal que ninguém quer.
O Natal desse ano será comemorado por poucos privilegiados.
Que conseguiram contratos milionários com o Governo do Amazonas, que podem se tratar no Sírio Libanês, que moram em condomínios fechados e não precisam temer os bandidos.
O máximo que posso desejar é que esse seja um Natal de reflexão para que o Amazonas encontre uma forma de sair do fundo do poço.
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Que o Natal seja um tempo de nos livrarmos dos porcos que chafurdam na lama.
E deixam para a população as migalhas dos bilhões que o Amazonas arrecada.
E aí sim, quem sabe no ano que vem eu possa vir aqui, desejar que o Natal seja mesmo uma noite feliz para quem até agora não tem direito a nada.
