O núcleo de investigação do Portal Alex Braga recebeu com exclusividade a denúncia de uma paciente com fratura na cervical, que recebeu uma proposta de pagar R$ 600 para usar uma ambulância em sua transferência do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto para o Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, após aguardar por mais de 24 horas no corredor da enfermaria da unidade.
A analista de marketing Jayne Lima, 27, deu entrada na emergência do 28 de Agosto por volta das 9h30 de ontem (19/12), onde ficou internada e, após exames, foi constatado que ela havia sofrido uma fratura na cervical, decorrente de um acidente automobilístico.
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No entanto, a situação de Jayne traz um grave exemplo de descaso cometido por profissionais da nova gestão do Hospital 28 de Agosto, feita pela Agir Saúde, OS que receberá R$ 2 bilhões do governo do Estado.
Em sua denúncia, a mulher afirma que está há mais de 24 horas com colar cervical e deitada em uma prancha de ambulância que está no corredor da enfermaria, aguardando ser transferida para o João Lúcio para ser atendida por um especialista em coluna, visto que os ortopedistas que atuam no 28 de Agosto não possuem especialização na área.
Segundo ela, é necessário ficar nessas condições para manter a coluna estável e evitar possíveis novos traumas. No entanto, os pais de Jayne tentam, desde a manhã de ontem, transferi-la para o hospital mais indicado para o seu tratamento, mas até o momento, mais de um dia após sua internação, sem sucesso.

Meus pais deram entrada na minha transferência pela manhã e, já pela parte da tarde, foram verificar como estavam a solicitação e administração do hospital (28 de Agosto) informou que só estavam no aguardo da liberação de um leito no João Lúcio para poder me chamarem e segui aguardando. Quando foi a noite, meu pai foi perguntar de novo e disseram que só faltava uma ambulância e que não tinha por conta da demanda.
Jayne Maciel, analista de Marketing – 27 anos
Tentando a transferência da filha, os pais de Jayne foram novamente à administração do 28 de Agosto questionar a solicitação de remoção da paciente para o hospital João Lúcio, por volta das 21h30 de ontem. Contudo, ao perguntarem sobre o caso, os pais da mulher foram informados que nunca houve solicitação de transferência ou chamado no nome dela e que se quisessem, deveriam abrir uma nova solicitação de transferência, o que revoltou a paciente e seus pais.
No entanto, o que estava ruim, para Jayne, piorou. Em seu relato, a mulher nos contou que deram uma opção para ela: pagar R$ 600 (Seiscentos reais) por fora para a empresa responsável pelas ambulâncias para que a paciente tivesse prioridade em sua transferência, mas a família se negou a pagar a propina, optando por abrir um novo chamado de transferência que seria deferida e realizada na manhã de hoje (20/12).
No início da manhã, ao questionarem sobre a transferência da filha, os pais foram informados que a solicitação foi recusada, sendo oferecido novamente o pagamento de R$ 600 como um “plano B” para que houvesse celeridade em seu remanejamento para o João Lúcio, porém, caso aceitasse, Jayne iria dar entrada como nova paciente, sem histórico de medicamentos ou atendimento, nem realização de exames.
Confira abaixo a entrevista exclusiva na íntegra do PAB com a paciente:
Nota
O núcleo de investigação do PAB entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES/AM) para pedir esclarecimentos sobre o caso, mas até o fechamento desta matéria, não foi respondido.
