Quinta-feira, 11 Setembro

Poucas horas após o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) anunciar apoio ao deputado federal Alberto Neto (PL), as redes sociais do candidato que ficou em terceiro lugar nas eleições deste anos foram invadidas por seus eleitores, que cobraram dele a falta de coerência com a atitude que muitos consideraram uma contradição com o que os dois até então adversários defenderam.

Amom, que se apresenta como um político fora da curva, oi questionado por apoiar um candidato que se alinhou contra a Zona Franca de Manaus na Reforma Tributária e o criticou quando ele mesmo reclamou de ter sido alvo de uma abordagem truculenta da Rocam.

Além disso, a aliança entre Alberto Neto e os políticos aliados a Wilson Lima também contradisse a bandeira da moralidade contra a corrupção que Amom diz defender. Durante a coletiva ele ainda causou nova polêmica ao dizer que Alberto Neto é uma “incerteza”.

Amom afirma que negociou a entrada de pessoas num eventual governo de Alberto Neto. Ele disse que seus conselheiros que o ajudaram a fazer seu plano de governo vão ganhar espaço na possível gestão de Alberto Neto.

Até a publicação desta matéria, nem Amom e nem Alberto Neto comentaram as críticas, reforçada pela marca de político de esquerda que Amom carrega, numa chapa que tenta esconder alinhamento com Marcelo Ramos, Omar Aziz e Eduardo Braga.

CIENTISTA POLÍTICO ANALISA ARTICULAÇÕES

A chegada de Amom ao time de Alberto Neto reforça os movimentos questionados por eleitores nos primeiros dias de campanha em Manaus. Especialmente após a entrada de nomes do time de Wilson Lima na campanha do candidato, como o vice de Roberto Cidade, Coronel Menezes, grupo envolvido no QG do Crime.

Às vésperas da eleição, Menezes foi expulso do PL por Alberto Neto, a quem chamou de “judas”.

Alberto Neto ainda ganhou apoio de Wilker Barreto, opositor de Wilson na Aleam mas que deu as mãos a Menezes e ao grupo do governador para eleger um nome aliado ao Governo do Amazonas.

Para o cientista político Carlos Santiago, o silêncio de Wilson Lima e Roberto Cidade é um “fato estranho”, assim como o arco de aliança que apoiou Marcelo Ramos (PT).

Nos bastidores, a derrota de Cidade apoiado por Wilson Lima faz com que o apoio público da dupla cause pânico em Alberto Neto, que vai se aliando ao entorno de Wilson e tentando convencer o eleitor que é contra a ficha corrida de atitudes suspeitas do governador,.

Algo que a história dele e os acordos atuais com os aliados do Executivo Estadual desmentem, deixando claro que Wilson, de olho no Senado em 2026, segue com a mão sobre a candidatura de Alberto Neto, o “plano B” do grupo.