Para quem achou que as aventuras milionárias de Wilson Lima (UNIÃO) e Marcellus Campêlo tinha acabado, se enganou. A dupla desembolsou mais de R$ 17,8 milhões dos cofres públicos para financiar a reforma e adequação nas instalações elétricas de alguns pontos do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. No entanto, o prazo dos serviços terminou, a maior parte do dinheiro já foi pago, mas o trabalho não foi concluído, o que se tornou marca registrada na gestão de Lima à frente do Governo do Estado.
A empresa contemplada com o montante de R$ 17.800.963,16 (Dezessete milhões, oitocentos mil, novecentos e sessenta e três reais e dezesseis centavos) foi a RR Construções e Transportes Ltda, inscrita sob o CNPJ nº 20.598.506/0001-51, que já foi denunciada por outros contratos suspeitos com o executivo estadual.
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Neste acordo, a empresa foi contratada pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), comandada por Marcellus Campêlo, para a “execução de serviços de engenharia para reforma, adequação e melhorias nas instalações elétricas da cabine de entrada, subestação abaixadora, grupo de geração de energia elétrica de emergência, sala de painéis e quadros de distribuição de energia elétrica do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto.”, conforme detalhado no despacho de homologação, publicado no Diário Oficial do Estado do Amazonas no dia 4 de agosto de 2023.
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Conforme apurado pelo Núcleo de Investigação do PAB, o Governo do Estado, por meio da UGPE, pagou R$ 13.974.590,01 (Treze milhões, novecentos e setenta e quatro mil, quinhentos e noventa reais e um centavo) dos R$ 17 milhões previstos.
Segundo a foto da placa da obra, enviada à nossa equipe por denunciantes que pediram para não serem identificados, o contrato teve início no dia 23 de agosto de 2023 e se encerrou no dia 1º de setembro de 2024, o que diverge das demais informações constantes na placa. Da data inicial à data final previstas, os serviços deveriam durar 210 dias, no entanto, ultrapassaram os mais de 370 dias.
Além da incompatibilidade de informações, não foi publicado termo aditivo de prazo, nem de valor, em relação ao contrato que, segundo denunciantes, não foi finalizado, o que é confirmado por placas com a frase “homens trabalhando”, além de uma parte do terreno estar coberta por tapumes.
Outros contratos suspeitos
Em um deles, a RR Construções recebeu R$ 15 milhões por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para reformar o Hospital João Lúcio. No entanto, logo após a reforma vários problemas apareceram como, por exemplo, o forro do telhado do primeiro andar, que desabou, além do refeitório que alagou após uma forte chuva, em março de 2022.
Após os problemas ocorridos, o Ministério Publico do Amazonas (MPAM) chegou a anunciar uma investigação, mas nada foi feito até os dias atuais.
Outro contrato suspeito foi o da reforma do Bumbódromo de Parintins a 15 dias do festival. Na ocasião, a RR Construções recebeu R$ 5,4 milhões para reforma e manutenção do local, que incluía pintura geral, revisão de todas as instalações elétricas, reforma do prédio anexo à arena, reforma dos camarotes da arena, construção da cabine dos jurados e do som.
