Manaus – O empresário Julio Cezar Furtado de Queiroz é o maior doador da campanha de Amom Mandel (Cidadania) à Prefeitura de Manaus, segundo informações disponibilizadas no Divulgacand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Julio Cezar Queiroz, realizou uma doação no valor de R$ 137.000,00 (centro e trinta e sete mil reais), para financiar a campanha de Amom. A doação dele, corresponde a 39.04% dos valores de doação, seguido pelo próprio deputado federal Amom Mandel que doou R$ 100.000,00 (cem mil reais) seguido do advogado Darden Klinger Colares Liborio que doou R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Todas as doações foram realizadas por Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
Vale ressaltar, que Julio Cezar Furtado, foi uma das testemunhas de defesa no processo da Operação Maus Caminhos, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro de 2016. A operação investigava o desvio de mais de R$ 100 milhões da saúde do Amazonas e resultou na cassação do governador José Melo.
Quem é maior doador de campanha de Amom?
Julio Cezar Furtado de Queiroz, é médico, empresário e foi presidente do Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA). Conforme a Receita Federal, Julio Cezar possui participação societária em seis empresas, entre elas no ramo de medicina.
Segundo informações, Julio Cezar era conhecido no meio político como grande lobista.
Operação da PF Maus Caminhos
O nome da operação Maus Caminhos, é uma referência ao nome da entidade Instituto Novos Caminhos (INC), utilizada pelo grupo criminoso para viabilizar a maior parte dos desvios e fraudes envolvendo recursos da pasta de saúde no Estado do Amazonas.
Maus Caminhos foi a investigação de corrupção com maior volume de recursos públicos, agentes públicos da alta cúpula envolvidos e número de fases de desdobramentos já conduzida pelos órgãos de fiscalização e controle no Amazonas. O valor preciso dos desvios praticados pela organização criminosa ainda não foi definido, devido ao fato de que há frentes da investigação ainda em aberto, mas estima-se que ultrapasse a casa dos R$ 100 milhões.
Os fatos que deram origem à investigação policial foram apurados a partir de provocação do Ministério Público Federal (MPF) que, após responsabilizar na Justiça o ex-secretário de Estado da Saúde Wilson Duarte Alecrim, servidores e a direção do Hospital Santa Júlia Ltda. também por irregularidades em contratos na saúde pública estadual, pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) apurações mais amplas sobre a aplicação de recursos pela Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam).
Entenda o começo do caso:
A primeira fase da operação, deflagrada em setembro em 2016, identificou e prendeu os líderes e principais agentes do grupo que desviou milhões em recursos públicos destinados à pasta de saúde no Amazonas, por meio de contratos firmados com o governo do Estado para a gestão de três unidades de saúde em Manaus, Rio Preto da Eva e Tabatinga, feita pelo INC, instituição qualificada como organização social.
A organização criminosa identificada, nesse primeiro momento, tinha como líder principal o médico e empresário Mouhamad Moustafa. Ele contava com a atuação de uma gerente para os negócios escusos de suas empreitadas e de outros funcionários de suas empresas que exerciam importantes funções administrativas no esquema, além de um grupo de quatro empresas por meio das quais conseguia reverter parte do dinheiro desviado por meio de contratos superfaturados de volta para si.
Avanço da operação:
Com o avançar das investigações, quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático revelaram que as ligações do grupo criminoso para praticar os desvios milionários iam além do empresariado: em mensagens identificadas no telefone pessoal de Mouhamad Moustafa, foram identificadas diversas conversas com menções expressas a pagamentos sistemáticos de propina e troca direta de favores financiados pelo líder da organização em favor de cinco secretários de Estado de diversas pastas e do governador do Amazonas à época, José Melo.
Conforme as investigações que culminaram com a deflagração de outras duas fases da Operação Maus Caminhos – Operação Custo Político e Operação Estado de Emerência –, durante o governo Melo, os gestores públicos denunciados eram diretamente beneficiados por um esquema de distribuição de propina e outras vantagens, criado para manter e colaborar com os desvios de verba pública.
Onde entra Julio Cezar:
Na época da Operação Maus Caminhos, o empresário e médico Mouhamad Mustafa, apontado como o líder da organização criminosa listou suas testemunhas de defesas.
Para testemunhar em sua defesa, Mouhamad convocou: o ex-secretário de Administração do Governo (Sead) Evandro Melo; os ex-secretários de Saúde (Susam), Wilson Alecrim, que comandou a pasta por cinco anos, e Pedro Elias, que permaneceu à frente da secretaria por um ano e meio; e o ex-chefe da Casa Civil, Raul Zaidan.
Ele convocou também na época o presidente da Comissão Geral de Licitação do Governo do Estado (CGL), Epitácio de Alencar e Silva Neto, e o ex-presidente do Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA), Julio Cezar Furtado de Queiroz.
Amom Mandel debocha
Em resposta ao questionamento feito por um outro veículo de comunicação, o candidato debochou. Conforme a nota enviada pela assessoria de imprensa, ele disse: “Tenho a dizer que se vocês se esforçarem mais um pouco, uma hora chegarão a Caim, Abel e outros ancestrais meus”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que Amom Mandel se recusa a responder questões da imprensa.
Leia Mais: Exclusivo: veja como emendas de Amom ajudam Wilson, Roberto Cidade e excluem Manaus
Envia sua denúncia ou sugestão para a nossa linha direta por meio do número (92) 98144-6017.