Ameaçado de morte, alvo de deboche e sem condições de sustentar a família, a vida do feirante Valdir Gomes de Oliveira virou de cabeça pra baixo após começar a cobrar uma dívida de R$ 150 mil do empresário Lucas Nilmar Cidade de Oliveira, primo do deputado estadual Roberto Cidade (UB). É o que ele conta ao portal Alex Braga, ao denunciar o que chama de um crime contra a família dele.
Valdir afirma que foi enganado pela família de Roberto Cidade após vender mais de R$ 100 mil em hortifrutis para o supermercado Super Cidade, de propriedade do primo do aliado do candidato a prefeito do governador Wilson Lima, e jamais ter visto a cor do dinheiro.
Pai de três filhos, ele procurou o Portal para mostrar que tentou negociar, mas que mesmo após aceitar o parcelamento da dívida voltou a ser enganado por Lucas Cidade.
“Eu preciso desse valor, eu preciso receber aquilo que aquela família riquíssima me enganou e eles têm com o que pagar, eles têm com o que tirar, agora eu como mero trabalhador como cidadão não tenho. Agora, imagina se essa família chegar no poder mais alto, o que não farão com os outros pobres?! Eu, como, trabalhador, estão fazendo isso comigo, quem dirá com o restante da massa da cidade de Manaus”.
Nos últimos dias o Portal Alex Braga mostrou os mais de R$ 300 milhões que a família de Roberto Cidade faturou em contratos com o governo Wilson Lima, aumentando ainda mais a revolta do feirante.
Leia mais: Wilson Lima paga mais de R$ 325 milhões em contratos para família de Roberto Cidade
CAPITAL MILIONÁRIO
O Portal Alex Braga teve acesso ao registro do supermercado Super Cidade que antes de fechar as portas comunicou à Receita Federal que possuía capital social de R$ 4 milhões. Apesar de fechado, no terreno onde ficava o supermercado a família Cidade aluga espaço para academia, drogaria, posto da Amazonas Energia e ainda mantém um posto de combustível.
Ao feirante, a família Cidade ainda disse que o negócio “quebrou” e por isso estava difícil pagar a dívida.
Em uma das conversas com a defesa do feirante, o primo de Roberto Cidade debocha da possibilidade de ter o local penhorado.
Apesar da ironia em relação à possível penhora, o posto está, sim, no nome dele, conforme apuramos na Receita Federal.
AMEAÇA DE MORTE
Valdir diz em vídeo que foi ameaçado de morte por conta da dívida. Apesar de aceitar o parcelamento em 10 vezes de R$ 10 mil, ele afirma que na hora de receber as parcelas viraram R$ 5 mil e, ainda assim, a família começou a pagar apenas R$ 2.500.
O feirante diz em depoimento que foi ameaçado por credores e teme por sua vida, enquanto está na Justiça tentando receber a dívida.
“Eu preciso pagar quem eu devo, eu preciso continuar sendo um cidadão de bem como eu comprava e pagava, eu emprestava e devolvia, mas hoje eu estou impossibilitado de pagar quem eu devo, porque quem me deve não quer me pagar, por isso preciso que a mídia faca isso por mim. Devo a fornecedor, devo ate agiota porque tive que pegar o dinheiro, porque essa família que tem tanto dinheiro, que tem tantos contratos com o governo se cala diante dessa divida”.
Veja o vídeo:
De acordo com o feirante, a dívida agora será judicializada. Nossa equipe não conseguiu contato com a defesa de Cidade.
“Tentamos de todas as formas resolver de uma maneira de uma forma passiva, de uma maneira amigável e não teve resultado, e até agora não tive resultado da família, por isso eu vir aqui, reivindicar meus direitos porque preciso, preciso pagar meus funcionários, preciso pagar meus fornecedores, eu fui ate ameaçado de morte, eu passei por muitas dificuldades financeiras, até fome eu quase passei”, desabafa Valdir.
