Segunda-feira, 1 Julho

Pré-candidato a prefeito de Manaus, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) é alvo de críticas em suas próprias redes sociais, após se deitar na calçada em Florianópolis e fazer paródia de vítimas de acidentes em Manaus ao lado do prefeito Topazio Neto (PSD), cuja gestão é investigada por desvios de resíduos sólidos. Além do gosto duvidoso da postagem, seguidores pedem que ele explique com que dinheiro tem feito as viagens, deixando Brasília e Manaus em segundo plano.

Amom e o prefeito Topázio fizeram uma série de vídeos no estilo blogueiros, entre eles a postagem que sugere uma proposta para a Saúde. Amom surge tossindo no chão. “Me acidentei”, diz, enquanto interpreta um ferido.

Além de não responder aos seguidores, Amom ainda avisa que vai continuar viajando, deixando claro que o mandato ficará em segundo plano e que continuará gastando com passagens e hospedagens para investir na “carreira” de videomaker.

“A partir de hoje, vamos visitar cada uma das principais prefeituras do Brasil”

Amom, que foi vereador por dois anos em Manaus e abandonou o mandato, está no segundo ano como parlamentar federal, que planeja abandonar.

Apesar de ter direito a apresentar cerca de R$ 37 milhões em emendas ao orçamento da União, não destinou nenhum centavo à Prefeitura de Manaus.

Na postagem onde interpreta um ferido, uma seguidora questiona o exercício do mandato do pré-candidato, que esteve no Sul do Brasil apenas para realizar as gravações.

Em um dos comentários, outro seguidor ironiza:

Pressionado por não terminar seus mandatos, Amom não responde sobre as horas de trabalho perdidas para as gravações e nem quem paga as despesas dele e da equipe de produção.

Na rede social, um seguidor apelidou o político de “viajando”.

Denúncias contra o prefeito parceiro

Apesar de atravessar o Brasil sob o pretexto de valorizar gestão de recursos públicos, Amom ignorou suspeitas de corrupção investigadas pela Polícia Civil que recaem sobre a gestão de Topázio, que tem, desde o início do ano, dois secretários alvo de operação contra corrupção envolvendo recursos ambientais.

A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu, na última sexta-feira (7), o inquérito da segunda fase da operação Presságio e indiciou 18 pessoas.

A operação apura suspeitas de irregularidades no repasse de recursos da secretaria municipal de Turismo, Cultura e Esporte da prefeitura de Florianópolis para projetos sociais e esportivos.

O relatório final do inquérito é assinado pela delegada Patrícia Cristina Fronza Vieira, chefe da Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra as Relações de Consumo da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). Dias depois de Amom deixar a cidade com as imagens da encenação, a bomba caiu no colo de Topazio.

De acordo com o documento, “da análise já realizada, é possível afirmar que os investigados realizavam desvios de dinheiro público em, praticamente, todos os projetos Sociais, vinculados à Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte”.