Segunda-feira, 20 Maio


Em pleno andamento do ano letivo de 2024, o prefeito de Benjamin Constant, David Bemerguy (MDB), decidiu retirar os alunos da escola Olavo Bilac, contratar uma fornecedora de combustível para veículos da cidade por mais de R$ 2 milhões para erguer muro e alugar o imóvel de uma professora temporária como anexo para servir de unidade educacional improvisada.

Bemerguy justifica que precisa levantar arrumar o muro pelo valor milionário e encontrou na propriedade da professora Vera Canuto de Almeida o local “ideal” para deixar os alunos. A educadora vai receber mais de R$ 31 mil de aluguel por 9 meses, ou enquanto durar a obra, já que no contrato está previsto que o tempo pode não ser suficiente e o contrato aditivado.

De acordo com os documentos publicados no Diário dos Municípios e com o Portal da Transparência do município, Vera é professora temporária da Secretaria Municipal de Educação, e recebe salário mensal de R$ 4.403,38.

Mas desde o dia 4 de abril deste ano ela e a prefeitura comandada por Bemerguy fecharam contrato de locação do imóvel da educadora por R$ 31.500, divididos em 9 meses, sem licitação e renováveis por tempo indeterminado. No contrato não há detalhamento da estrutura do imóvel.

Reforma em empresa que vende combustíveis

A professora Vera será agraciada com a verba robusta do aluguel depois que o prefeito assinou o contrato milionário de reforma e construção do muro a toque de caixa. A empresa é do tipo faz tudo, mas não se apresenta como construtora na Receita Federal.

A J G receberá R$ 2.380.785,54 (dois milhões trezentos e oitenta mil, setecentos e oitenta e cinco mil e cinquenta e quatro centavos) pela execução da obra, como mostra o contrato abaixo.

Fornecedora de gás, água e cal

Por mais de R$ 2 milhões, a J G Barbosa ganhou a reforma, ampliação e construção do muro, da escola Olavo Bilac, enquanto os alunos estudam no “puxadinho da professora Vera”.

Na Receita Federal, a JG se apresenta como empresa fornecedora de combustíveis em sua atividade principal, mas também se mostra como empresa de estamparia, impressão, comércio de água, cimento, gás, cal, entre outras dezenas de atividades, que incluem até brinquedos. A JG fica no Centro de Benjamin Constant.

Prefeito silencia

Desde a publicação dos contratos a equipe de investigação do Portal Alex Braga vem questionando a Prefeitura de Benjamin Constant sobre a decisão de reformar uma escola em pleno ano letivo, o critério para a contratação da JG para executar o serviço, assim como a decisão de alugar o imóvel de uma professora, que já recebe como educadora e vai acumular os dois faturamentos.

Mas até o momento seguimos sem resposta. O espaço continua aberto.