Segunda-feira, 20 Maio

O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do mandato do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), e de de seu vice, Ronaldo Lessa (PDT), por abuso de poder político e econômico. Os motivos do processo são parecidos com o que resultou na cassação do governador de Roraima, Antônio Denarium.

Na avaliação do MP Eleitoral, em parecer assinado pelo procurador Antonio Henrique de Amorim Cadete, é “evidente a prática de abuso de poder político e econômico a partir da distribuição de cestas básicas no ano eleitoral de 2022”.

Leia mais: Denarium e primeira-dama voltam a ser julgados por condutas proibidas nas eleições

Para o procurador, “os elementos contidos nos autos demonstram manifesto desvio de finalidade decorrente do uso do programa social em benefício da candidatura do investigado Paulo Dantas
Antonio Henrique de Amorim Cadete“.

O processo foi aberto a pedido da chapa derrotada no segundo turno da eleição de 2022, encabeçada pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos).

A campanha de Cunha alega que não havia uma situação emergencial ou de calamidade pública que demandasse a criação e instalação de um programa assistencial.

Para corroborar a tese citada no caso, o MP citou o fato de a distribuição não ter tido “lei específica” ou execução orçamentária prevista em 2021, além do “valor absolutamente desproporcional” do programa, com custeio inicial previsto de quase R$ 200 milhões aos cofres públicos, ainda que apenas R$ 30 milhões tenham sido executados em 2022.

Defesa

Em nota, o governo de Alagoas reforçou o argumento das defesas, dizendo que o programa de distribuição de bens estava previsto no Orçamento apresentado no ano anterior e que não era uma iniciativa nova, criada em ano eleitoral.

“Se as cestas foram distribuídas em um momento em que a fome estava aumentando no estado de Alagoas, como a própria denunciante admite, então fica claro que a razão para distribuir mais cestas em 2022 não foi por motivos eleitorais”, afirmou, na nota, o procurador do Estado Luís Vale.