A embaixada da Hungria demitiu os dois brasileiros identificados como os responsáveis por vazar os vídeos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que visitou o local durante o Carnaval após ter o passaporte apreendido.
A medida foi tomada por quebra de confiança, já que os vídeos foram dados ao jornal New York Times. Bolsonaro alega que fez visitas políticas ao local, mas não revelou a passagem pela embaixada.
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Agora ele é investigado por possível tentativa de fuga ou de asilo no local, onde não poderia ser preso. O líder da direita no Brasil também é investigado por possível quebra nas determinações do STF.
Apesar dos pedidos de entrevista, a embaixada da Hungria não se pronunciou sobre as demissões dos funcionários brasileiros até o momento.
Na embaixada da Hungria
A defesa do ex-presidente da República confirmou que ele passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília “para manter contatos com autoridades do país amigo”. Em nota, os advogados de Bolsonaro dizem que ele mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar [húngara], a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, diz a defesa de Bolsonaro.
A Embaixada da Hungria ainda não se manifestou sobre a estada do ex-presidente.
Passaporte
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF no dia 8 de fevereiro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A operação foi deflagrada após o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF.